ECONOMIA
Em busca do Vale dos Dinossauros
Com 40 hectares de extensão, o parque reúne nove trilhas onde podem ser encontradas pegadas de quatro espécies de répteis pré-históricos.
Publicado em 03/03/2013 às 8:00
Os vestígios pré-históricos são indícios de que eles estiveram por aqui. Espalhados por toda bacia do Rio do Peixe, no Sertão da Paraíba, os fósseis e pegadas de dinossauros nos convidam a viajar no tempo e percorrer caminhos surpreendentes. Na cidade de Sousa, a 426 quilômetros da capital do Estado, fica o Parque Estadual Vale dos Dinossauros, um dos sítios paleontológicos mais importantes do mundo.
Com 40 hectares de extensão, o parque reúne nove trilhas onde podem ser encontradas pegadas de quatro espécies de répteis pré-históricos. No local, um museu conta a história dos animais que viveram há 65 milhões de anos.
Os turistas contam com uma extensa área de camping onde podem montar suas barracas e acampar. Quem preferir um pouco mais de conforto tem a opção de se instalar na Casa de Apoio que fica no próprio parque. Segundo o administrador do Vale dos Dinossauros, Robson Marques, aproximadamente 2 mil turistas visitam o parque por mês. “A gente recebe visitantes de todo o mundo aqui diariamente. Americanos, europeus, africanos... muita gente de fora vem conhecer o Vale”, conta o administrador.
Robson é uma das figuras mais conhecidas da cidade e tem até um apelido que ele faz questão de revelar: “Pode me chamar de Velho do Rio”, brinca ele. Há mais de 36 anos no cargo, Robson conhece o lugar como ninguém e é quem acompanha os visitantes em trilhas e passeios.
Revitalização
Desde junho, o parque foi interditado para revitalização completa da sua unidade. Com mais de 80% das obras concluídas, o projeto prevê a recuperação do museu, passarelas, casa de apoio e quiosques do Vale. Segundo o coordenador de Estudos Ambientais da Sudema e responsável pelo projeto, Thiago Silva, as obras devem ser concluídas ainda neste mês. “O projeto está em andamento e já estamos na fase de conclusão do acabamento das obras. Tudo indica que o prazo [que foi determinado até abril deste ano] será cumprido”, afirma o coordenador.
A melhoria inclui também reforma no auditório, área de urbanização, estacionamento e aquisição de móveis e equipamentos. Além disso, o projeto contemplou todas as diretrizes de acessibilidade aos portadores de necessidades especiais, incluindo rampas de acesso e barras de apoio.
Outra novidade é a criação de sete réplicas de dinossauros, cada uma com 8 metros de altura, produzidas pelo artesão paraibano Lindemberg de Almeida. O processo de criação das réplicas está sendo acompanhado por dois paleontólogos para que as peças sigam à risca as características das espécies reproduzidas.
“Tivemos a preocupação de unir arte e ciência para que as réplicas sejam feitas de acordo com os estudos mais recentes.
Assim, as características dos dinossauros serão preservadas e reproduzidas fielmente”, explica o responsável pelo projeto.
Além da revitalização, o projeto conta também com ações de capacitação para a população da região, incluindo cursos nas áreas de paleontologia, artesanato em fibra de bananeira, cerâmica, reprodução de réplicas, serigrafia, educação ambiental e patrimonial, arte culinária e fotografia. Os cursos serão gratuitos e pretendem atingir jovens e adultos de todo o alto sertão.
Mesmo com a reforma, o complexo continua recebendo visitantes interessados em conhecer a região. Além do parque, outras 22 localidades também possuem trilhas onde podem ser encontradas pegadas de dinossauros. Para ter acesso às áreas de preservação, o turista pode procurar a administração do Vale e agendar o passeio.
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