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VIDA URBANA

Hospitais sem estrutura ameaçam saúde na PB

Entre janeiro e abril, nove hospitais foram fiscalizados e, em todos, o órgão encontrou graves problemas.

Publicado em 11/05/2014 às 8:00

O cenário da saúde pública na Paraíba está desolador. De acordo com o Conselho Regional de Medicina no Estado (CRM-PB), entre janeiro e abril, nove hospitais foram fiscalizados e, em todos, o órgão encontrou graves problemas. Entre as irregularidades, destacam-se a falta de médicos, alimentos com prazos vencidos, bem como extintores de incêndio fora do prazo de validade, equipamentos médicos e cirúrgicos com defeito, infiltrações, mofo, mobiliário hospitalar com ferrugem e tecidos rasgados, além de ausência de salas de observação e laboratórios.

Segundo o diretor de Fiscalização do CRM-PB, Eurípedes Mendonça, em muitos hospitais a situação é alarmante e representa risco à saúde dos pacientes, como no Hospital Regional de Catolé do Rocha. “A lista de problemas é enorme.

Faltam 30% dos gêneros alimentícios e medicamentos de vários tipos, os extintores de incêndio estão vencidos desde janeiro, o aparelho de Raio X está quebrado, o único berço aquecido, fundamental em salas de parto normal, está sendo consertado, o ar-condicionado da sala de parto não funciona, e das três máquinas de esterilização, duas foram encaminhadas para conserto, e a outra está com defeito. Nenhum equipamento ou mobiliário do hospital foi trocado desde sua inauguração, há oito anos”, detalhou.

Eurípedes destacou que a situação é pior no interior do Estado.

“Dos nove hospitais que fiscalizamos, apenas o Valentina Figueiredo fica na capital, os outros estão localizados em municípios do interior. No Valentina, fiscalizado no dia 10 de janeiro, verificou-se que todos os equipamentos de ar-condicionado estavam quebrados”, afirmou. O Conselho notificou gestores e vai realizar uma nova fiscalização para verificar se as providências foram adotadas. Hospitais devem ser interditados se os problemas continuarem.

A direção do hospital divulgou, através da assessoria de comunicação da Secretaria de Saúde do município, que os reparos já foram providenciados.

Para o presidente da Federação das Associações dos Municípios da Paraíba (Famup), Tota Guedes, os gestores municipais encontram dificuldades em manter os hospitais funcionando com qualidade, por causa da escassez de recursos.

“O que acontece é que para se manter um hospital são necessários recursos vultosos. Somente para manter o plantão de 24 horas de um médico, são necessários pelo menos R$ 1,5 mil, além de todos os outros investimentos necessários, com equipamentos, estrutura, medicamentos. Mas os gestores se esforçam para manter os hospitais municipais, tentando mais recursos através de convênios junto aos governos federal e estadual”, comentou.

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Jornal da Paraíba

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