Rebuliço na Sinfônica

Dezembro foi movimentado nos corredores da Secretaria de Estado da Cultura da Paraíba (Secult). No mesmo mês em que o secretário Chico César anunciou o fechamento do Espaço Cultural José Lins do Rêgo para reforma, em 2012, outra guinada está prevista no âmbito interno da Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc).

Em um ano em que o Festival Nacional de Artes (Fenart) não será realizado, o alvo das mudanças agora é a Orquestra Sinfônica da Paraíba (OSPB), que pode começar janeiro já sob nova batuta.

A notícia, que seria divulgada na manhã de ontem em coletiva à imprensa, foi adiada para uma data ainda a ser definida, de acordo com a assessoria de imprensa da Secult. Por SMS, foi divulgado o nome do maestro que poderá substituir João Linhares, à frente da OSPB desde o início do ano: Alex Klein.

Oboísta renomado, Klein já foi regente titular da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo e é o único representante da música erudita brasileira a conquistar o Grammy.

A nomeação de Alex Klein ainda não publicada no Diário Oficial, viria após uma série de animosidades entre Linhares e alguns músicos da orquestra, que falaram à reportagem mas não quiseram se identificar.

A reportagem tentou entrar em contato com João Linhares, sem sucesso. O secretário Chico César não foi localizado, nem por telefone nem por meio de sua assessoria. A diretora executiva da OSPB, Erlaine Souza, só se pronunciará sobre o assunto quando o anúncio for oficializado pela Secult.

Segundo Luiz Carlos Durier, maestro titular da Orquestra Sinfônica Jovem e maestro auxiliar da OSPB, uma reunião foi realizada entre a Secult e o conselho artístico da OSPB, composta pela diretora artística e por músicos da orquestra, representados pelos solistas de cada um dos naipes de instrumento.

A reunião ocorreu na presença de Alex Klein, que já se encontra em João Pessoa e chegou a ser contatado pela reportagem no hotel em que está hospedado, mas, segundo a recepcionista, “acabara de sair do hotel”.

Durier, que chegou a reger a OSPB por três ocasiões este ano, relatou que Klein é uma “pessoa de alto conhecimento e um grande oboísta em carreira como regente”. Quanto aos supostos conflitos entre os músicos e Linhares, o regente diz não ter assistido a nenhum ensaio da orquestra com o colega e, portanto, não vivenciou nenhuma situação do gênero.

“Minha relação com a orquestra sempre, como maestro assistente, sempre foi de amizade, respeito e de uma conduta ética”, garantiu Durier, que informou que provavelmente o anúncio do novo maestro será adiado para janeiro, após as festividades de ano novo.