VIDA URBANA
Profissionais se tornam voluntários do programa Brasil Alfabetizado
Muitos profissionais de outras áreas se tornam voluntários do 'Brasil Alfabetizado' com a missão de alfabetizar jovens e adultos.
Publicado em 24/01/2016 às 7:00
Durante oito horas por dia ela usa farda da Prefeitura de Campina Grande e percorre várias ruas da cidade para realizar as visitas domiciliares como agente comunitária de saúde. À noite, o material de trabalho dá lugar ao lápis e papel utilizados para ensinar a ler e escrever adultos e idosos que não tiveram oportunidade de frequentar a escola durante a infância. Essa é a rotina de Eliane Figueiredo, uma das dezenas de voluntárias do Programa Brasil Alfabetizado (PBA), desenvolvido em Campina Grande desde 2003.
Mais que apresentar o 'mundo das letras' para essas pessoas, os alfabetizadores carregam consigo a missão de tornar mais fácil, através da leitura e da escrita, o dia a dia de quem vive à margem da sociedade, recebendo para isso não mais que uma bolsa mensal para auxiliar nas despesas.
Considerando que o valor das bolsas não chega a um salário mínimo, não há combustível maior para a permanência desses educadores no programa que a vontade de ajudar a transformar realidades.
Ciente da responsabilidade que tem e sensibilizada com as mudanças que provocou na vida das cerca de 30 pessoas que conseguiu alfabetizar, depois de quatro anos atuando no programa, Eliane decidiu ingressar no ensino superior e cursar Pedagogia para se aperfeiçoar. “Sou uma pessoa de 53 anos que após o ensino médio voltou a estudar, depois de 35 anos, para poder melhorar e ajudar essas pessoas. Me apaixonei pela ideia de poder fazer algo por elas, pois, se você conseguir alfabetizar pelo menos uma pessoa, já está modificando a realidade de alguém”, relatou a alfabetizadora, que mora e atua no bairro do Monte Santo.
Ao falar sobre sua experiência, Eliane conta que já teve alunos com até 83 anos, sendo o maior requisito para aprender a ler e escrever a força de vontade.
Já a professora Gilza Rodrigues tem mais de 20 anos de experiência em sala de aula, é professora universitária, alfabetizou por conta própria os seus três filhos, e este ano decidiu procurar a Secretaria de Educação do município (Seduc) para se inscrever e contribuir com o Brasil Alfabetizado.
“Eu senti a necessidade de contribuir com o meu município, até porque já tenho experiência com alfabetização. Meus filhos já foram para a escola alfabetizados, decidi ensiná-los em casa, e na escola em que eles estudaram eu desenvolvia um projeto de sala de leitura, para contribuir com a educação. Acho gratificante esse tipo de experiência", disse.
Requisitos para ser um alfabetizador voluntário:
- Ser brasileiro nato ou naturalizado;
- Estar em dia com a Justiça Eleitoral;
- Ter completado 18 anos de idade e ensino médio completo;
- Ser, preferencialmente, professor da rede pública de ensino;
- Ter e comprovar experiência anterior em educação, preferencialmente em Educação de Jovens e Adultos;
- Apresentar curriculum vitae devidamente comprovado por meio de cópias, acompanhada dos originais;
- Ter disponibilidade de dez horas semanais para dedicação ao programa, bem como disponibilidade para participar da formação inicial que ocorrerá antes do início das aulas, com carga horária mínima de 40h presenciais.
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