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VIDA URBANA

Câncer de estômago já fez 147 vítimas este ano

Só entre janeiro a agosto deste ano, 147 pessoas perderam a vida no Estado, após complicações causadas por câncer no estômago.

Publicado em 05/10/2012 às 6:00


Dos onze tipos de cânceres diagnosticados no Estado, o de estômago apresentou a terceira maior quantidade de óbitos em 2012. Só entre janeiro a agosto deste ano, 147 pessoas perderam a vida no Estado, após complicações causadas por câncer no estômago. O número foi maior que as mortes provocadas por tumor no pulmão (200) e na próstata (156). Os dados são do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) da Secretaria de Estado da Saúde (SES).

Os números mostram que as principais vítimas pertencem ao sexo masculino e possuem mais de 50 anos de idade. Dos 147 óbitos causados por câncer de estômago este ano na Paraíba, 86 foram entre homens e outros 61 entre mulheres. Do total de mortes, 20 foram de pessoas com menos de 15 a 49 anos e outros 127 entre pacientes que passaram das cinco décadas de vida.

As cidades que mais apresentaram registros foram João Pessoa (39), Campina Grande (31), Patos (7), Sousa (5), Catolé do Rocha (4), Cajazeiras (3), Solânea (3), Princesa Isabel (2), São João do Rio do Peixe (2), Cabedelo (2), Araçagi (2).

Segundo o oncologista e diretor do Hospital Napoleão Laureano, João Batista Simões, o câncer de estômago não possui sintomas específicos. Ou seja, ele apresenta problemas de saúde que podem ser confundidas pelas pessoas como sendo relativos a outros tipos de doenças. Por isso, a letalidade do tumor é tão alta, já que os pacientes demoram em buscar ajuda médica por acreditar que a situação se trata de outras patologias menos grave. “Por isso, as pessoas devem buscar ajuda especializada, sempre que apresentar algum sintoma, como úlceras, gastrites, dores e sangramentos durante o ato de expelir fezes e desconforto abdominal”, alerta.

Se descoberto no início, as chances de cura são altas e chegam até a 100%. No entanto, a dificuldade no tratamento piora com a demora em consultar os especialistas. Na Paraíba, a única instituição que funciona como referência no tratamento do câncer é o Hospital Napoleão Laureano, dirigido pelo oncologista João Simões. O estabelecimento, que funciona em João Pessoa, atende pacientes de todas as cidades da Paraíba e até de Estados vizinhos, como Rio Grande do Norte e Pernambuco.

Atualmente, de acordo com o diretor, existem 36 pessoas em tratamento contra o câncer de estômago na instituição. Eles são submetidos a cirurgias para extração do tumor e sessões de quimioterapia e radioterapia

Além do Napoleão Laureano, existe outro local com equipes especializadas no diagnóstico e combate à doença. É o Hospital da Fundação Assistencial da Paraíba (FAP), que fica em Campina Grande. No entanto, segundo o diretor do Napoleão Laureano, João Simões, os pacientes em casos graves acabam migrando para a capital. “A estrutura oferecida pelo Hospital da FAP é pequena, é feito em um núcleo e acaba obrigando os pacientes a virem para João Pessoa”, afirma.

Para o especialista, os casos da doença estão aumentando porque a população está ficando mais exposta aos fatores de risco. “Uso excessivo de álcool e de cigarro são algumas causas para o aparecimento de cânceres”, diz Simões.

Outras condições que favorecem o surgimento da doença são o histórico familiar (parentes que já desenvolveram o tumor), infecção pela bactéria Helicobacter pylori (muito comum e também responsável por úlceras estomacais), quadros severos de gastrite e de anemia. Especialistas também recomendam o consumo moderado de alimentos ricos em sal, de conservados e de produtos defumados.

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Jornal da Paraíba

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