VIDA URBANA
Hospital ligado ao grupo Hapvida é proibido de receber pacientes após vistoria
Comissão de fiscalização identificou nesta quarta (18) distorções em vários setores da unidade hospitalar, como na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Publicado em 18/11/2015 às 14:54
O Hospital Geral da Paraíba, ligado ao grupo Hapvida, localizado no bairro da Torre, em João Pessoa, está proibido de internar novos pacientes em virtude de uma série de inconformidades encontradas durante fiscalização realizada na manhã desta quarta-feira (18) por uma comissão formada por diversos órgãos fiscalizadores. Com a decisão da comissão, que foi tomada após a vistoria, não será permitida, a partir desta quinta-feira (19), a internação de novos pacientes. Assim, só está liberada a realização de atendimentos ambulatorais no local. Já os casos de emergência de pacientes externos, após os primeiros cuidados, devem ser transferidos para outra unidade.
De acordo com o promotor Glauberto Bezerra, a unidade apresentava várias irregularidades e a interdição vai durar o tempo necessário para o hospital regularizar a sua situação. “Foi verificado uma falta total de condições", frisou.
Conforme o diretor de Fiscalização do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB), João Alberto Pessoa, a vistoria identificou distorções em vários setores da unidade hospitalar, como na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “Na UTI adulta, por exemplo, não há escala de plantão definida. Ela se adequa a demanda. Se tiver paciente, um médico é convocado para assumir a escala. Se não há pacientes, não há médicos. Uma UTI não pode funcionar assim”, disse.
Outro problema encontrado, dessa vez da UTI pediátrica, é o acúmulo de funções do médico responsável pela unidade. “O mesmo profissional também responde pela unidade neonatal e pela sala de parto. Não dá para apenas um médico coordenar três áreas de grande complexidade como estas”, esclareceu João Alberto.
O diretor de Fiscalização do CRM-PB acrescentou ainda que a decisão de proibir a entrada de novos pacientes no hospital foi tomada em conjunto por todas as instituições que participaram da fiscalização. “A interdição foi feita pela Vigilância Sanitária Municipal em comum acordo com todos os envolvidos na vistoria”, ressaltou.
A fiscalização ainda identificou problemas no Centro de Materiais Esterilizados e no corredor de passagem dos recém-nascidos. “Verificamos que o local por onde os recém-nascidos passam assim que nascem tem uma temperatura muito elevada, o que pode prejudicar os bebês”, acrescentou. Outro ponto de distorção verificado é o CNPJ da Hapvida, que foi encerrado em 2007, não está registrado no Estado da Paraíba. “O hospital utiliza a pessoa jurídica da Clínica de Ortopedia e Traumatologia de João Pessoa”, comentou.
Participaram da vistoria Ministério Público da Paraíba (MPPB), Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB), Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Paraíba (CREA/PB), Vigilância Sanitária Estadual e Municipal, Corpo de Bombeiros, Policia Civil, Conselho de Farmácia, Conselho Regional de Odontologia, entre outras entidades. Os relatórios com todas as inconformidades encontradas no hospital Hapvida será elaborado por cada órgão de classe e, em seguida, encaminhado para a unidade hospitalar, Ministério Público e Secretária Municipal de Saúde.
Para saber sobre as medidas adotadas pela unidade após a decisão da comissão fiscalizadora, a reportagem do JORNAL DA PARAÍBA entrou em contato com o Hospital Geral da Paraíba, contudo até às 15h50 desta quarta a assessoria de comunicação da empresa não tinha um posicionamento.
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