POLÍTICA
Triangulação para desviar recursos
Esquema envolvia o Banco Rural a BMG e agências de Marcos Valério, e tinha o objetivo de ocultar origem e destino dos recursos
Publicado em 13/09/2012 às 6:00
Segundo o Ministério Público, ele participou das negociações dos empréstimos e ajudou a montar o esquema de distribuição de recursos a políticos. Ele também comprou um apartamento da ex-mulher do ex-ministro José Dirceu.
Para o relator e acusação, Tolentino ajudou numa triangulação para lavar dinheiro de origem no Visanet para o esquema envolvendo o Rural, o BMG, e as agências de Valério. Ele tomou um empréstimo de R$ 10 milhões no BMG.
Para o revisor, os dirigentes da instituição financeira e do núcleo publicitário condenados por ele tinham a intenção de ocultar os destinatários e a origem dos recursos.
"O maior indicativo da ilicitude de tais operações é que o banco, em nenhuma ocasião, informou ao Banco Central o nome das pessoas que receberam os valores na boca do caixa", disse.
"Restou a intenção de ocultar os destinatários finais dos recursos em espécie. Se não fosse assim, em pleno século 21, por que não se valeram de transferências eletrônicas? Nos tempos atuais, revela-se que não existe nada mais seguro do que o emprego de operações bancárias eletrônicas. Os saques eram emitidos por pessoas jurídicas que serviram de intermediárias para os recursos que transitaram por suas contas."
O ministro chegou a citar 15 indícios de lavagem, entre eles: métodos inusitados para realização de operações financeiras; informações de última hora para movimentações financeiras; múltiplas, sucessivas e idênticas transações financeiras.
O revisor lançou mão de laudo do Banco Central que apontou que o Rural conhecia seus clientes e teria condições de identificar claramente que as pessoas autorizadas a sacar o dinheiro na agência.
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