EDUCAÇÃO
Professores do ‘Projovem Campo’ estão sem receber salários na PB
Profissionais já realizaram ato público, mas após quase dois meses situação não foi resolvida.
Publicado em 07/08/2010 às 15:48
Natália Xavier
Do Jornal da Paraíba
Trabalhar durante meses e não receber o salário pelas atividades desempenhadas. Este é o problema vivenciado por professores do Programa ‘Projovem Campo – Saberes da Terra’, desenvolvido em 45 cidades do Estado desde o mês de janeiro.
De acordo com a supervisora do programa na Paraíba, Rita de Cássia Cavalcante, cerca de 200 professores estavam há sete meses sem receber os salários, mas há 15 dias foi pago o valor equivalente a dois meses. “Eles se comprometeram a pagar os outros cinco meses na semana passada, mas até agora nada. A maioria dos educadores ainda falta receber cinco meses de salários”, afirmou.
No mês de junho, os profissionais que trabalham no ‘Projovem Campo’ chegaram a realizar um ato público na praça dos Três Poderes, para protestar contra o atraso nos pagamentos, mas quase dois meses depois a situação ainda não foi totalmente resolvida. “O projeto foi aprovado na Paraíba em 2008, mas só veio acontecer mesmo neste ano. Ainda assim ainda enfrentamos muitas dificuldades. Em algumas cidades, por exemplo, as aulas precisam ser ministradas em locais improvisados porque não há disponibilidade de sala de aula”, acrescentou Rita de Cássia.
Segundo a supervisora, além do atraso nos pagamentos, os professores precisam arcar ainda com as despesas de deslocamento. “As aulas são dadas na zona rural, os professores moram em cidades próximas e precisam se deslocar, mas não recebem nem ajuda de custo”, destacou acrescentando que dependendo da área em que trabalha, o professor pode chegar a pagar até R$ 20,00 de passagem por dia.
Por outro lado, a gerente Operacional de Integração Escola-Comunidade, Dulce Magalhães, afirma que a origem dos problemas dos pagamentos não está na Secretaria de Educação do Estado, mas sendo ocasionado porque alguns professores estariam tendo problemas com as contas bancárias. Segundo Dulce, o pagamento é feito por área de ensino e só pode ser realizado quando todos os professores da área estiverem com a situação totalmente legalizada.
Dulce Magalhães informou ainda que no momento apenas uma professora ainda está com pendências junto ao banco. “Já conversamos com esta professora e ela disse que já está resolvendo. Se ela resolver na próxima semana, eu garanto que até sexta-feira os salários já serão depositados”, disse. “O dinheiro existe e está disponível, mas primeiro houve o problema da liberação jurídica porque é um programa novo e depois teve a questão de muitos professores que não tinham contas ou que estavam com as contas inativas”, justificou.
O ‘Projovem Campo’ tem cinco polos na Paraíba: João Pessoa, Bananeiras, Campina, Areia e Cajazeiras e a capacitação dos professores é feita em parceria com a Universidade Federal da Paraíba (UFPB). O programa oferece qualificação profissional e escolarização aos jovens agricultores familiares de 18 a 29 anos que não concluíram o ensino fundamental.
De acordo com as diretrizes do programa, os estudantes recebem também bolsas de auxílio. Segundo Rita de Cássia, devem ser pagas bolsas de R$ 100,00 a cada dois meses. Este pagamento, que também estava atrasado, teria sido regularizado.
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