Polícia confirma que ordens para incêndios em ônibus partiam de detentos

Policiais civis prenderam na manhã da terça-feira (6), o ex-presidiário Thiago Alves da Silva, 25 anos, acusado de articular incêndios contra quatro ônibus em João Pessoa no mês passado. Após denúncias, a polícia chegou até o acusado, que estava escondido em uma casa na comunidade Nova Trindade, no bairro dos Novais, na capital.

De acordo com Daniela Vicuuna, gerente da Polícia Civil Metropolitana, Thiago Alves confessou que fornecia as armas utilizadas nas ações e organizava os ataques aos coletivos. “Quando ele estava no presídio mantinha contato com os mandantes para organizar essas ações. Ele foi o elo entre os executores e os mandantes”, disse. A delegada revelou ainda que as ordens de incêndios partiam de detentos de presídios da capital e também de integrantes de grupos de ações criminosas, existentes em alguns bairros de João Pessoa.

O delegado Alan Terruel, que também investiga o caso, disse que os incêndios eram motivados para provocar o poder público, pelas ações da polícia na apreensão de armas e drogas na capital e também pela transferência de alguns presos. “Os integrantes desses grupos faziam isso para demonstrar ‘fidelidade’ aos ‘chefes’. Nós já sabemos que além do articulador, existem dois executores diretos e os mandantes”, disse o delegado.

O acusado já tem passagem pela polícia por tráfico e estava em liberdade condicional. Dessa vez, ele responderá por crimes de formação de quadrilha, porte ilegal de armas, crime de incêndio, roubo e dano ao patrimônio público. “Com o depoimento do acusado e com as investigações, as ações de comando foram identificadas e no decorrer das próximas semanas devemos prender os outros acusados”, disse o delegado Alan Terruel.

A polícia apreendeu com o acusado um revólver de calibre 38, cartuchos de bala, três celulares e diversos documentos provenientes dos assaltos. A delegada Daniela Vicuuna informou que as investigações e a prisão do acusado vão facilitar o trabalho da polícia na identificação dos outros suspeitos. O acusado permanecerá detido na Central de Polícia.