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VIDA URBANA

Doadores da PB são compatíveis com receptores de outro país

Paraibanos têm a chance de mudar a vida de pacientes que esperam há anos por um transplante de medula óssea em outro país.

Publicado em 14/04/2015 às 6:00 | Atualizado em 15/02/2024 às 12:55

Um, odontólogo, 32 anos, residente em Campina Grande. Outra, professora, 33 anos, casada, moradora da cidade de Barra de Santa Rosa, no Curimataú paraibano. As diferenças na vida de Rainier Almeida de Medeiros e de Marcela Silva Santos são muitas, mas não importam. O que importa mesmo é uma semelhança em especial: ambos são doadores. Ambos compatíveis e que agora têm a chance de mudar a vida de pacientes que esperam há anos por um transplante de medula óssea em outro país.

Com Marcela e Rainier, o Hemocentro Regional de Campina Grande soma, em menos de dois meses, três doadores compatíveis com pacientes de outras partes do mundo. Em fevereiro, o professor José de Arimatéia de Oliveira, 33 anos, que mora em Lagoa Seca, no Agreste, também foi detectado como compatível de um paciente grego. Uma chance rara, que acontece uma vez a cada um 1,1 milhão de casos, segundo a assistente social e coordenadora do Setor de Medula Óssea do Hemocentro de Campina Grande, Marilana Abrantes.

Na unidade, atualmente, há cerca de 25 mil doadores cadastrados, mas em 15 anos, apenas 21 foram considerados compatíveis, 17 com pacientes brasileiros e quatro com estrangeiros, três deles somente este ano, o que a coordenadora comemora. “É uma satisfação, estamos desenvolvendo esse trabalho através do setor de medula óssea do Hemocentro Regional de Campina Grande e percebemos que está sendo de grande importância para quem precisa”, avaliou Marilana Abrantes.

No caso de Marcela e Rainier, a identificação de compatibilidade veio depois de 5 anos, pois a doação ao banco de medula óssea do hemocentro foi feita no ano de 2010. A notícia veio há cerca de 15 dias, e eles contam a satisfação de poder ajudar a quem precisa dessa ação para poder viver. “Isso me deixou motivada, porque você tem que se colocar no lugar do outro, se fosse alguém da sua família que estivesse precisando, você colocaria toda a sua esperança naquele doador. Jamais eu iria tirar a oportunidade dessa pessoa que foi compatível comigo, pois ela agora encontrou uma esperança de viver e eu fico imensamente feliz em poder ajudar”, contou Marcela.

Já Rainier relata que foi surpreendido com a notícia. “Fiquei surpreso, principalmente pelo receptor ser do exterior, mas isso é um detalhe que não importa, o que realmente tem importância é que através disso se pode salvar uma vida e trazer de volta a alegria e a paz de uma família.” Ele destaca a importância da população nesse aspecto. “É bom que a população fique cada vez mais consciente que precisa doar, para enriquecer o banco de medulas, porque muita gente merece e está esperando por isso”, falou. Além disso, o odontólogo contou que outros amigos seus, comovidos com o seu exemplo, já estão aderindo à ideia e devem ser doadores.

EXAMES DE ALTA DEFINIÇÃO
Na manhã de ontem, Marcela e Rainier estiveram no Hemocentro de Campina Grande para fazer uma coleta de sangue para a realização de exames de alta definição. Os países de origem dos receptores só serão conhecidos quando a transportadora for buscar essas amostras, cerca de cinco dias. Já o transplante, só será realizado em aproximadamente dois meses, quando os doadores terão que se deslocar ao país em que se encontra o paciente receptor.
A viagem, segundo a coordenadora Marilana Abrantes, acontece em virtude do paciente que espera o transplante já ter a saúde comprometida, mas será toda planejada e custeada pelo Ministério da Saúde. “Quem vai até o paciente é o doador, eles passam 42 horas no país, têm direito a levar um acompanhante e tudo é custeado pelo Ministério da Saúde”, disse.

896 SÓ EM MARÇO

MAIS PESSOAS SÃO CADASTRADAS

Em Campina Grande, somente no mês de março 896 pessoas se cadastraram como doadoras de médula óssea. As estatísticas colhidas na cidade mostram que o número de doadores tem aumentado expressivamente, assim tem acontecido em todo o país, segundo o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome).

32 PESSOAS NA FILA DE ESPERA

Apesar da espera longa e dolorosa, a esperança de quem espera por um transplante de medula óssea para viver não diminui. Essa é a realidade vivida por 32 pessoas em toda a Paraíba, segundo o Hemocentro da Paraíba. No entanto, o número não é estável, pois surgem novos pacientes e alguns deles, que esperam há anos, vêm a óbito.

Até março de 2015, o banco de medula óssea da Paraíba contava com 51.345 pessoas cadastradas como doadores voluntários de medula, mas a probabilidade de encontrar um doador compatível no Brasil é de um para cada 100 mil casos. O deslocamento do doador e do acompanhante para o local do transplante para o receptor é acobertado pelo Ministério da Saúde. Em João Pessoa, apenas esse ano, já foram contabilizados oito casos de compatibilidade, quatro com pessoas do exterior e quatro brasileiros.


COMO FAZER PARA SER DOADOR

Para ser doador é preciso ter entre 18 e 55 anos de idade e gozar de boa saúde. O candidato a doador deverá procurar o hemocentro mais próximo de sua casa, onde será agendada uma entrevista para esclarecer dúvidas a respeito das doações e, em seguida, será feita a coleta de uma amostra de sangue (10 ml) para a tipagem de HLA (características genéticas importantes para a seleção de um doador).
Os dados do doador são inseridos no cadastro do Redome e, sempre que surgir um novo paciente, a compatibilidade será verificada. Uma vez confirmada, o doador será consultado para decidir quanto à doação. O transplante de médula óssea é um procedimento seguro, realizado em ambiente cirúrgico. O procedimento dura cerca de 90 minutos, é feito sob anestesia geral e requer internação de, no mínimo, 24 horas.

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Jornal da Paraíba

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