VIDA URBANA
Vazão reduzida mantém dúvida sobre fim do racionamento em CG
Informação é do gerente da Cagepa, Ronaldo Menezes.
Publicado em 07/08/2017 às 21:53
A vazão reduzida da chegada das águas do Rio São Francisco no açude Boqueirão mantém a preocupação da gerência regional da Companhia de Águas e Esgotos da Paraíba (Cagepa), sobre o fim do racionamento em Campina Grande.
Segundo Ronaldo Menezes, gerente do órgão, o açude aumentou nas últimas 72 horas apenas um centímetro por dia, quatro a menos em relação ao período da chegada das águas no reservatório em abril deste ano.
“A diminuição ocasiona uma condição de prorrogação e naturalmente estende o prazo para a saída do racionamento. A preocupação não se refere unicamente ao volume do açude, mas a vazão de água que ele recebe, uma vez que a diminuição resulta em prejuízos para o equilíbrio hídrico do reservatório. A vazão inicial das águas era de cinco centímetros dia, mas nos últimos três dias esse número caiu para apenas um centímetro. Isso é preocupante”, disse.
Ainda de acordo com o gerente, a condição da temperatura também precisa ser avaliada.“Mesmo que o açude chegue ao volume de 8,2%, número considerável, precisamos ter a certeza que a água de chegada será maior que o volume de saída. Não pode existir descontrole. Esse calculo inclui também a condição de evaporação, uma vez que também influencia”, ressaltou Ronaldo Menezes.
Desvios
Em uma fiscalização conjunta, o Ministério Público do Estado da Paraíba (MPPB) e o Ministério da Integração Nacional encontraram diversos pontos de captação irregular de água no Eixo Leste do Projeto de Integração do Rio São Francisco, todos voltados para irrigação de plantações. O desvio representa mais da metade do volume de água usado para abastecer Campina Grande e outras 19 cidades paraibanas, de acordo com o Ministério Público.
Membro do Comitê de Gestão de Recursos Hídricos (CGRH) do MPPBA, o procurador de Justiça Francisco Sagres disse que a maioria das captações irregulares foi encontrada em um trecho de 20 quilômetros que vai da entrada da água para Açude de Boqueirão, em uma localidade chamada de Jacaré, até a lâmina de água do açude.
“Nesse trecho nós temos uma perda de 500 litros de água por segundo. A coisa é tão grave que a água retirada do Açude de Boqueirão para abastecer Campina Grande e mais 19 cidades é de 850 litros por segundo no total. São cerca de 1,5 milhão de pessoas”, afirmou. O Ministério da Integração Nacional estima que essas ligações não autorizadas já tenham desviado cerca de 20 milhões de metros cúbicos de água nos últimos dois meses e meio.
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