POLÍTICA
Bancada do governo se articula para barrar CPI do Empreender
Líder da bancada acusa a oposição de tentar influenciar a Justiça, que já investiga denúncias. ALPB tem o prazo de cinco sessões para aprovar ou rejeitar.
Publicado em 23/04/2015 às 6:00 | Atualizado em 14/02/2024 às 13:36
A bancada governista na Assembleia Legislativa reagiu ao pedido do deputado estadual Dinaldinho Wanderley (PSDB) para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o programa 'Empreender'. Ontem, o presidente da Assembleia, Adriano Galdino (PSB), afirmou que o pedido vai ser analisado com base no regimento interno. Já o líder da bancada do governo, Hervázio Bezerra (PSB), acrescentou que com a CPI, a oposição busca influenciar a Justiça e dar mais visibilidade ao 'terceiro turno' das eleições.
“Nós sabemos que todo e qualquer governo enfrenta problemas, o que é normal dado o tamanho da máquina. Não há nada a temer. Especificamente em relação ao Empreender já existe uma Aije (Ação de Investigação Judicial Eleitoral) formalizada pelo PSDB junto ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral). É apenas para politizar ainda mais esse tema, que faz parte do terceiro turno das eleições, algo que já se tornou comum", avaliou Hervázio Bezerra.
A partir da formalização do pedido de CPI, o que ocorreu na última quinta-feira (16), o regimento interno da Assembleia Legislativa estabelece que o presidente da Casa tem o prazo de cinco sessões legislativas para aprovar ou rejeitar a instalação da comissão. Questionado sobre o pedido, o presidente Adriano Galdino afirmou apenas que a Mesa vai cumprir o regimento.
O autor do pedido, Dinaldinho Wanderley (PSDB), prometeu acionar a Justiça caso a CPI não seja instalada. O parlamentar disse acreditar na isenção da Casa e de Adriano Galdino para que a CPI seja instalada, já que contou com o apoio de 13 parlamentares e ontem recebeu a subscrição de outros três deputados, Renato Gadelha (PSC), Daniella Ribeiro (PP) e Manoel Ludgério (PSD).
“Eu credito muito na palavra do deputado Adriano Galdino, que ao assumir a presidência garantiu independência, apesar de ser do partido do governador”, explicou. Por sua vez, a deputada Estela Bezerra (PSB) afirmou que não há motivos para instalação de uma CPI do Empreender e garantiu que a bancada governista vai concentrar esforços para impedir que a CPI prospere.
A proposta de CPI, inclusive, causou estremecimento no PT. Os dois representantes do partido na Assembleia, Anísio Maia e Frei Anastácio, assinaram documento que pede a sua instalação, contudo, a decisão não contou com o aval do presidente da legenda, Charliton Machado, que emitiu nota afirmando que o posicionamento dos parlamentares não representa a orientação do partido.
O governador Ricardo Coutinho (PSB) disse achar que as denúncias são “chover no molhado”. Ele lembrou que o relatório que originou a polêmica foi feito por um órgão do Estado. “Porque graças a Deus o governo tem uma transparência de poder fazer um relatório daqueles e disponibilizar”, enfatizou o gestor, sem tecer comentários sobre o porquê de o Estado ter retirado o relatório da página da CGE após a denúncia exclusiva do JORNAL DA PARAÍBA. “Evidentemente você não tem nenhum programa que seja perfeito", disse.
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