"Maranhão usa TRE para cooptar apoios", diz Efraim no Senado

Phelipe Caldas

O senador Efraim Morais (DEM) usou a tribuna do Senado Federal na tarde desta quarta-feira (3) para fazer graves acusações contra o governador José Maranhão (PMDB), que segundo ele está usando o nome do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba para “barganhas políticas” e para “cooptar o apoio de prefeitos e vereadores paraibanos”.

Efraim lembrou que a primeira-dama do Estado é a desembargadora Maria de Fátima Bezerra Cavalcanti, vice-presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba, que ainda de acordo com o senador está usando o seu posto no Poder Judiciário paraibano para conseguir apoios políticos ao projeto de reeleição de seu marido.

Ele destaca, contudo, que não acredita no envolvimento do TRE neste tipo de prática ilegal. “É fato notório que o governador José Maranhão está usando ações judiciais contra prefeitos e vereadores como mercadoria para exigir seus respectivos apoios, mas eu pessoalmente não acredito no envolvimento do TRE”, declarou.

Apesar disto, ele teme pela transparência do pleito na Paraíba. “A idoneidade da campanha eleitoral de 2010 fica ameaçada”, resumiu em tom grave, após dizer que pretendia com o discurso “trazer o assunto para a reflexão do Senado e para o conhecimento do país”.

Citando uma série de matérias publicadas na imprensa paraibana, dentre elas uma assinada pelo jornalista Luís Tôrres (colunista do portal Paraíba1), Efraim Morais disse que os rumores sobre o uso indevido do nome do TRE por parte do governador peemedebista existem e estes devem ser investigados.

E para comprovar o que diz, ele cita o exemplo do prefeito de Areia, Elson Cunha Lima, que foi cassado em primeira instância, mas que continua no cargo por força de liminar a espera de uma decisão final do TRE e depois do TSE. “Toda a imprensa divulgou que Elsinho, como o prefeito é conhecido, aderiu a Maranhão por medo dos processos eleitorais que ele responde na justiça”, enfatizou o senador democrata.

Efraim, contudo, diz que prefere acreditar nas palavras do presidente do TRE da Paraíba, desembargador Nilo Ramalho, que de acordo com o parlamentar já respondeu indignado a estas acusações que envolvem o nome do Tribunal. “O TRE não negocia decisões judiciais em troca de favores políticos”, teria dito o desembargador-presidente.

A reportagem do Paraíba1 entrou em contato com a secretária de Comunicação do Governo da Paraíba, jornalista Lena Guimarães, que não comentou o assunto. Ela disse que toda a equipe da Secom-PB está no enterro do ex-deputado federal Vital do Rego e que por isto ninguém acompanhou o discurso do senador paraibano.

Depois, o coordenador de jornalismo Linaldo Guedes disse que a resposta sobre o caso já tinha sido dada pelo próprio presidente do TRE, Nilo Ramalho, que negou qualquer negociata do Tribunal Regional Eleitoral com relação às eleições estaduais de 2010.