VIDA URBANA
Tabagismo causa 291 mortes por câncer na PB
Dados da Secretaria de Estado da Saúde apontam que de janeiro a julho deste ano foram registradas 291 mortes por câncer devido ao cigarro.
Publicado em 30/08/2014 às 6:12 | Atualizado em 11/03/2024 às 12:12
O tabagismo é um dos fatores de risco mais evidentes para o aparecimento de câncer na população paraibana – a segunda causa de morte. De acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde, de janeiro a julho deste ano foram registradas 291 mortes por câncer relacionados aos problemas decorrentes do tabagismo (16 casos de morte por câncer de boca, 50 de laringe e 225 de pulmão.) No mesmo período do ano passado, foram 490. Ontem, no Dia Nacional de Combate ao Fumo, aconteceram ações e orientações aos fumantes passivos e ativos no Centro de Atenção Integral à Saúde (Cais), no bairro de Jaguaribe, e no auditório do Conselho Regional de Medicina (CRM), no Centro, ambos em João Pessoa.
“As campanhas em datas pontuais funcionam como um alerta para a população. A nossa intenção é levar informação e conscientizar com relação à busca rotineira dos serviços nas unidades de tratamento”, explicou a chefe do Núcleo de Doenças e Agravos Não Transmissíveis da Secretaria de Estado da Saúde, Gerlane Carvalho.
De acordo com Gerlane, o contato com o fumante ativo e passivo estabelecido nestas ações é indispensável. “Nosso papel não é só distribuir material educativo. Nós orientamos, questionamos e argumentamos que a qualidade de vida só tende a melhorar se o cigarro for abolido da rotina. A maioria dos fumantes que chega até nós quer parar de fumar e isso já é um grande avanço”, afirmou.
Além de João Pessoa, mais 196 municípios aderiram ao Programa de Qualificação da Atenção Básica (PMAQ), para a estruturação do tratamento do fumante nas Unidades Básicas de Saúde.
Já os hospitais de referência no Estado no combate aos tipos de câncer relacionados ao uso do tabaco – pulmão, esôfago e laringe – são o Napoleão Laureano, Oncoclínica e Hospital Universitário Lauro Wanderley, em João Pessoa, e Hospital da Fundação Assistencial da Paraíba (FAP) e Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC), em Campina Grande.
CAMPINA JÁ TEM 18 ÓBITOS NESTE ANO
Já em Campina Grande pelo menos 18 pessoas morreram este ano vítimas de câncer de pulmão, entre o início de janeiro e a primeira quinzena de agosto. Ao longo do ano passado foram contabilizadas outras 33 mortes em virtude da doença que, na maioria dos casos, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), está relacionada ao consumo de cigarro. Apesar de ser considerado pequeno para uma cidade do porte de Campina Grande, o número de mortes preocupa os gestores de saúde, que tem investido na recuperação de fumantes. Só nos últimos sete anos, conforme a secretaria, 65% das 588 pessoas inscritas no Programa de Controle ao Tabagismo conseguiram largar o vício.
Para ampliar esse resultado, o programa está sendo levado para várias Unidades Básicas de Saúde (UBS), onde os inscritos se reúnem para falar sobre o assunto e são acompanhados por uma equipe multidisciplinar. Qualquer pessoa pode se inscrever no programa, e para isso basta procurar uma das 23 unidades que oferecem o serviço.
Os grupos são formados com 15 a 30 fumantes que se reúnem inicialmente uma vez por semana, depois uma vez a cada quinze dias, posteriormente em uma ocasião por mês e, por fim, uma vez por semestre. São quatro etapas de um trabalho, realizado por médicos, enfermeiros, psicólogos, dentre outros profissionais, que vão desde a orientação, o aconselhamento, até a conscientização sobre o perigo que o cigarro oferece.
Além das oficinas, há orientações particulares e a oferta de medicamentos inibidores do desejo de consumo e antidepressivos. “Qualquer pessoa pode participar, basta procurar o serviço no início de cada turma, já que há um cronograma de trabalho a ser seguido visando aos resultados”, ressaltou a coordenadora do Programa, Maria Gentil Montenegro. Segundo ela, além dos encontros, que acontecem sempre à noite, a secretaria também garante o acompanhamento integral aos participantes do programa, que são encaminhados para consultas, atendimentos e tratamentos necessários em outros horários. (Déborah Souza)
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