CULTURA
Jazz moderno e apaixonado
Músico americano Mark Rapp se apresenta na Usina Cultural Energisa nesta quarta-feira (9) em João Pessoa.
Publicado em 09/07/2014 às 6:00 | Atualizado em 05/02/2024 às 16:26
O sobrenome pode até confundir, mas a praia do americano Mark Rapp é mesmo o jazz. 'Jazz moderno', tipo de conceito que ele mesmo admite: assusta. "O estilo da música é jazz moderno com groove misturado", diz o trompetista, em entrevista ao JORNAL DA PARAÍBA. "Não se deixe assustar pelo termo! Nós amamos lindas harmonias, ritmos com alma e sempre amamos improvisações melódicas."
Visitando o Brasil desde o início do ano, quando se apresentou no Garanhuns Jazz Festival, em Pernambuco, Rapp chegou à Paraíba onde já ministrou workshop e masterclasses na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e fez um show meio que na surdina no Empório Café, semana passada. Hoje, ele se apresenta na Usina Cultural Energisa. O show é às 21h, na Sala Vladimir Carvalho. Os ingressos custam R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia).
"Eu moro nos Estados Unidos, mas visito (o Brasil) com frequência. Tive a sorte de conhecer e me apaixonar por uma pessoense. Voltarei com a frequência que puder", brinca o músico, cuja entrevista foi intermediada pela namorada (e intérprete) paraibana, a estudante de biologia Patrícia Kelly Alves Pereira. "Há ótimos músicos em João Pessoa e é com muita gratidão que compartilho a minha música entre eles."
Mark Rapp sobe ao palco da Usina da Música acompanhado de um quarteto formado por Gabriel Moraes (guitarra), Anderson Pessoa (sax), Thatiana Gomes (baixo acústico) e Rodrigo Melo (bateria). Colegas que ele conheceu no Brasil e que estão introduzindo um pouco da nossa cultura para ele: "Sou novo na Paraíba e estou curtindo aprender sobre sua história, sobre as pessoas, as comidas e a música", sublinha.
"Eu soube de Radegundis (o trompetista Radegundis Feitosa, morto em 2010) por Ayrton Benck, professor de trompete da UFPB e vi rapidamente alguns vídeos de Burgo no YouTube. Infelizmente, por agora, posso apenas dizer que estou animado em conhecer mais a música deles."
O repertório do show de hoje é baseado no seu disco de estreia (conheça a discografia do artista no box) e em standarts do jazz.
"Nós tocaremos uma ótima música funk de New Orleans chamada 'Cissy Strut', por Funky Meters, para a qual fiz um arranjo em meu primeiro CD Token Tales, além de duas músicas originais deste mesmo CD chamadas “Thank You” e “Nuff Time”, avisa. "Também tocaremos músicas de Joe Henderson, Wayne Shorter, Herbie Hancock e Miles Davis, como também alguns clássicos do jazz."
Sem lançar disco novo desde 2011, ano em que também participou da coletânea Disney Jazz Volume 1: Everybody Wants n to be a Cat, Rapp está animado com os recentes projetos. "Eu investi bastante tempo no lançamento de um novo site que oferece vídeo-aulas ao vivo com artistas de jazz vencedores do Grammy, chamado intotheShed.com. Agora que o site já está funcionando, estou começando a me inspirar novamente para fazer um novo disco. Visto que eu também toco didgeridoo (instrumento de sopro de origem australiana), com certeza o novo CD terá influência da música australiana, juntamente com ritmos sul-africanos. E talvez algumas influências brasileiras?"
No Nordeste, os futuros compromissos são no próximo mês, no Fest Bossa & Jazz, em Pipa (RN), e em outubro, no Recife Blues & Jazz Festival. A expectativa, em Pernambuco, é repetir o sucesso de sua passagem pelo Garanhuns Jazz Festival. "Eu amei! A banda era maravilhosa, as pessoas muito acolhedoras e o público foi um dos melhores que já tive. Os brasileiros são ótimos. O festival foi bem organizado e profissional. Passou muito rápido e meu único arrependimento é que não pudemos tocar mais tempo."
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