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CULTURA

O duro salto até o Bolshoi

Ingressando no 3º ano da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil jovens paraibanos realizam espetáculo para levantar fundos.

Publicado em 06/02/2014 às 6:00 | Atualizado em 21/06/2023 às 13:12

No ano passado, o sonho de Débora Duany de se tornar bailarina profissional se converteu em um pesadelo: aos 13 anos, a jovem que havia sido aprovada na concorrida seletiva da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, em 2012, teve que desistir do balé e voltar à Paraíba por falta de recursos para se manter em Joinville (SC).

Outubro passado, Débora voltou a realizar a prova, desta vez na companhia do colega Eduardo Lima, também de 13 anos.

Ambos foram aprovados e enfrentam agora, juntos, o desafio de ir estudar na instituição, único braço estrangeiro de uma das mais antigas e conceituadas academias de balé do mundo.

Para que a trajetória de Débora no balé não sofra novo revés e a carreira de Eduardo não termine antes mesmo de começar, familiares e professores se mobilizam no evento Uma Noite de Dança, que ocorre nesta quinta-feira em João Pessoa e tem como objetivo levantar fundos para a permanência dos dois em Santa Catarina.

O espetáculo será às 20h, no Teatro Ednaldo do Egypto (no bairro de Manaíra) e os ingressos custam R$ 20,00 (preço único). Entre outros convidados que participam da noite, o Ballet Jovem da Paraíba se apresenta junto com os dois bailarinos, que já vão ao teatro de malas prontas para embarcarem para uma viagem carregada de expectativas.

"Eles vão ingressar no 3º ano do Bolshoi e terão que passar mais oito por lá", explica Denilce Regina, coordenadora do Ballet Jovem da Paraíba, que acompanha a evolução recente dos dois bailarinos. "O futuro deles a Deus pertence. É rezar para que não aconteça o que aconteceu no ano passado", completa a professora, referindo-se ao retorno de Débora à Paraíba após seis meses de adaptação em Santa Catarina.

A Escola do Teatro Bolshoi fornece bolsas aos alunos aprovados em seletiva, mas o incentivo não inclui as despesas de moradia em Joinville. Segundo a mãe de Débora, a família teve que se endividar para bancar os custos na cidade, localizada a 180 quilômetros da capital Florianópolis. "Ainda estou devendo a passagem do ano passado, que comprei em dez vezes no cartão de crédito dos outros", conta Edna Paiva, que é consultora de produtos de beleza e já vendeu o próprio carro para cobrir as dívidas.

A situação de Eduardo Lima é ainda mais delicada: fruto de uma família de baixa renda, o jovem participa do Programa de Educação Tutorial (PET) e é assistido pela Casa Pequeno Davi, que abraçou a causa e conseguiu o apoio da Prefeitura Municipal de João Pessoa para a dupla. "Faz um bom tempo que estamos em articulação com os poderes públicos", afirma Mirley Jonnes, coordenador de projetos da Casa Pequeno Davi.

"Conseguimos viabilizar as passagens aéreas pela prefeitura e a Secretaria de Desenvolvimento Social sinalizou que vai financiar a permanência dos dois em Santa Catarina durante um ano."

Um alívio para a mãe de Eduardo, Lígia Lima, que já teve que vender pirulitos na sua rua, no bairro do Varadouro, para reunir fundos para bancar o sonho do filho. "Infelizmente, eu não tenho nada para vender. Não tenho condição nenhuma, já que pago aluguel e tenho quatro filhos", lamenta a doméstica, que é separada do pai de Eduardo, autônomo.

A Casa Pequeno Davi criou uma conta bancária para interessados em colaborar com a campanha das duas famílias. O valor das doações deve ser depositado na conta corrente 20.095-6; agência 1618-7, do Banco do Brasil. O depósito terá o valor deduzido no Imposto de Renda.

Uma ajuda que é também uma aposta em dois talentos precoces que podem, em um futuro próximo, trazer as boas novas atualmente trazidas por Isaias Estevam, um dos primeiros paraibanos a fazer teste para o Bolshoi, em 2003, quando tinha apenas 10 anos e partiu para Joinville com outras sete crianças.

Hoje com 19 anos, Estevam é bailarino profissional da Cia. Jovem Bolshoi Brasil. Inspirado pelo russo Ivan Vasiliev, o paraibano tem planos de continuar a carreira no exterior.

Imagem

Jornal da Paraíba

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