POLÍTICA
TJPB homenageia Emílio de Farias
Solenidade no TJPB lembrou centenário do desembargador Emílio de Farias; Biografia e selo comemorativo também foram lançados.
Publicado em 28/03/2014 às 6:00 | Atualizado em 16/01/2024 às 15:06
Coragem. Esta foi a característica mais lembrada pelos participantes da homenagem promovida pelo Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) ao centenário do desembargador Emílio de Farias, na noite de ontem, no plenário do TJPB.
Na ocasião, além da entrega de placa homenageando o desembargador, sua filha, Margarita Farias de Lima, lançou a segunda edição da biografia de Emílio, “Glória que nunca cessa”, e a Empresa de Correios e Telégrafos lançou um Selo Comemorativo em sua homenagem.
Entre os amigos presentes, o senador Cássio Cunha Lima, que lembrou de uma ocasião em que Emílio de Farias, ainda juiz, na cidade de Misericórdia, hoje Itaporanga, que era conhecida pela violência, trabalhava de portas e janelas abertas: “O prefeito da cidade, então, disse para ele 'olhe, doutor, já vi muitos juízes corajosos, mas o senhor não é corajoso, é doido'.
Muitas vezes a coragem é confundida com loucura. Ele e meu pai [Ronaldo Cunha Lima] tinham muito em comum, inclusive a necessidade de se locomover de cadeira de rodas”.
O neto do desembargador, vereador Bruno Farias, lembrou de sua contínua luta pelos direitos individuais e pelas garantias coletivas. “Ele, nascido em Palmares, em Pernambuco, tornou-se Zumbi dos Palmares da magistratura, abrindo o quilombo da luta pela autonomia do Poder Judiciário”, descreveu o neto, que destacou a força de vontade e a determinação “que foram o grande impulso de sua vida pública”, declarou.
O genro, também desembargador, Antonio Carlos Coelho de Franca, lembrou de uma ocasião em que estudantes da Faculdade de Direito invadiram o prédio do tribunal para fugir da polícia durante uma manifestação.
“Emílio de Farias se prostrou na escada, bengala em punho e disse 'da porta para fora vocês mandam, mas da porta para dentro aqui quem manda sou eu', e não permitiu que os policiais invadissem o prédio para capturar os manifestantes.
Em um dos atos mais dramáticos de sua vida pública, em 1969, logo após a instauração do Ato Institucional Nº 5, e da cassação de três ministros do Supremo Tribunal Federal e 11 juízes de primeira instância da Paraíba por motivos políticos, o desembargador, já ex-presidente do TJPB, destacou em discurso, que sentia “na carne o crepúsculo das instituições jurídicas”.
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