VIDA URBANA
Conde registra 392 casos de esquistossomose
Conde é um dos municípios do Litoral Sul da Paraíba de maior importância epidemiológica para a esquistossomose, diz sanitarista.
Publicado em 27/06/2014 às 6:00 | Atualizado em 02/02/2024 às 11:07
Dos 4.412 exames parasitológicos de fezes realizados no ano passado no Conde, Litoral Sul da Paraíba, para identificar a esquistossomose, 392 tiveram resultado positivo, o equivalente a 8,8% de positividade. A estimativa da Secretaria de Estado de Saúde (SES) para este ano é que sejam realizados 3.800 exames. Ao total, existem 68 municípios endêmicos para esquistossomose na Paraíba.
De acordo com o médico sanitarista da SES, Antônio Bernardo Filho, o Conde é um dos municípios do Litoral Sul da Paraíba de maior importância epidemiológica para a doença. “Muito embora seja um município onde se vem trabalhando há mais de três décadas no controle da doença, os índices de prevalência continuam significativos, variando entre 5% e 10% da população de risco, o que requer ações de vigilância e controle efetivas”, afirmou. “Tem se mantido suscetível à doença a população mais carente e pessoas que, por vezes, procuram reservatórios de água doce em atividades recreativas”, acrescentou.
Por esse motivo, a SES, em parceria com a Vigilância Ambiental da Primeira Gerência Regional de Saúde, realizou ontem no Conde uma capacitação sobre medidas de prevenção e controle da esquistossomose, além de atualização em clínica, diagnóstico e tratamento desta verminose. A ação atende ao pedido do próprio município e contou com a participação de cerca de 80 profissionais das equipes de Saúde da Família, entre médicos, enfermeiros e agentes de saúde.
Para o médico sanitarista Antônio Bernardo, é importante conscientizar a população do problema e oferecer condições para que ela tenha menos riscos de contrair a doença, disponibilizando infraestrutura, como lavanderias públicas e saneamento básico. “Em casos de contaminação, a esquistossomose é tratada com o remédio Praziquantel, que é disponibilizado pelo Ministério da Saúde e repassado pela SES, assim como o kit para exame parasitológico de fezes. A SES apoia ações como essa e disponibiliza, ainda, recursos humanos, suplementarmente, quando se faz necessário, em parceria com o município”, salientou.
Ainda de acordo com a SES, o atendimento dos pacientes é feito a partir das unidades básicas de saúde. Em caso de sintomas, como febre, dor de cabeça, diarreia e dor abdominal, após o registro de contato com água contaminada, a população deve procurar, imediatamente, o posto de saúde mais próximo de sua casa.
Segundo a infectologista Joana D'arc, a esquistossomose é uma doença de veiculação hídrica, transmitida pelo parasita Schistosoma Mansoni, que possui um ciclo evolutivo no ser humano e outro em caramujos de água doce. “O diagnóstico da doença é feito por meio de exame de fezes. Se confirmado, o tratamento medicamentoso é iniciado. É importante saber que a esquistossomose tem cura, mas é fundamental fazer o diagnóstico precoce para evitar formas graves da doença e até óbitos”, alertou.
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