ECONOMIA
Produção de doces chega a 6 mil toneladas na PB
Cidades de Cajazeiras, Sousa, Pombal, Santa Rita e Campina Grande polarizam pelo menos 15 fábricas.
Publicado em 02/10/2011 às 8:00
O interior da Paraíba é cenário para uma produção que atravessa gerações e serve de sustento e mecanismo de geração de emprego para milhares de paraibanos: a fabricação de doces e geleias por indústrias e pequenos empreendimentos. Não há dados exatos que quantifiquem a produção paraibana, mas para se ter uma ideia do potencial do setor, as cidades de Cajazeiras, Sousa, Pombal, Santa Rita e Campina Grande polarizam pelo menos 15 fábricas, e as estimativas mais conservadoras são de que juntas elas respondem pela fabricação de mais de 500 toneladas de doces por mês, o que representa seis mil toneladas em doze meses.
São empreendimentos como o doce caseiro Sabor do Sertão, do empresário Clodoaldo Andrade de Amorim. Proprietário de uma fábrica de doces na cidade de Patos, a indústria é responsável por uma produção de seis mil caixas de doce por mês, o que representa mais de 40 toneladas a cada trinta dias. A variedade é grande. São doces fabricados a partir da polpa de goiaba, banana, gergelim, mamão e coco. Mas o forte mesmo do negócio é o doce de leite. Os produtos são distribuídos para todas as regiões do Estado e vão parar em supermercados e estabelecimentos comerciais paraibanos.
“A gente vende bem por ter um produto de qualidade. Em agosto deste ano a nossa fábrica foi escolhida por ter a melhor manteiga de garrafa e o melhor doce de leite da Paraíba. Nós distribuímos a produção para cidades como Sousa, Cajazeiras, Campina Grande e para a capital. Nossa empresa tem a autorização do serviço de inspeção estadual, que permite a comercialização em qualquer ponto da Paraíba”, observou Clodoaldo Andrade.
A fábrica, porém, já chegou a vender o produto para Estados como Ceará, Pernambuco, Maranhão, Piauí e Rio Grande do Norte. “Mas optamos por deixar esse mercado, porque as empresas da Paraíba enfrentam muitas dificuldades na hora de entrar no mercado de outros Estados. É preciso ter a autorização da inspeção federal, mas ainda há muita fábrica clandestina vendendo o produto de forma ilegal”, alertou o empresário, acrescentando que a maior parte da matéria-prima usada na fabricação dos produtos é paraibana.
“A goiaba e a banana são de Sousa. O mamão é da região de Santa Luzia e o leite compramos aqui nas proximidades de Patos mesmo”, contou Clodoaldo.
Na Paraíba, não há um levantamento específico que quantifique a arrecadação ou a movimentação financeira gerada pelo setor.
Mas outras regiões do Estado também não estão de fora do mercado. No município de Santa Rita, por exemplo, a fábrica São José é administrada por William Wagner e chega a produzir 13 mil embalagens de doces e similares todos os meses (8 toneladas). “O nosso forte é a goiabada e o doce de leite. Temos 20 anos de mercado e estamos nos aperfeiçoando cada vez mais.
Recentemente, nós fizemos a aquisição de máquinas e equipamentos novos, sofisticados, para ampliarmos a qualidade de nossos produtos. No nosso caso, compramos itens como a goiaba de Petrolina, em Pernambuco. O grande desafio do setor é vencer a concorrência desleal. Além disso, não contamos com apoio ou incentivos governamentais, mesmo tendo toda uma tradição no segmento, que gera emprego e renda. No Sertão, essa concorrência ainda é mais acirrada”, contou William.
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