VIDA URBANA
Muita peregrinação até ser atendido pelo SUS
Sindicato mostra casos de usuários que sofreram com o atendimento no Sistema Único de Saúde.
Publicado em 16/10/2011 às 16:19
No ano passado, o aposentado José Nilson da Silva, 68 anos, sentiu forte dor no peito e foi levado para o Edson Ramalho. “Nem gosto de lembrar... foi terrível, pensava que ia morrer. Eu fui atendido no corredor, só lembro que tinha muitas pessoas ao lado”, conta. A filha do aposentado acrescenta que logo após o atendimento inicial, José Nilson foi levado para uma sala estreita, onde há poucos minutos uma outra paciente havia falecido.
Passado o risco inicial, a família do aposentado foi informada que ele não poderia continuar no Edson Ramalho. Só após muitas tentativas, Nilson foi levado para o Hospital Dom Rodrigo, onde passou dois dias internado. Depois disso, o aposentado resolveu largar o cigarro e adotar hábitos alimentares mais saudáveis. “Não quero passar novamente por isso”, afirma.
O Sindicato dos Médicos segue firme na declaração de que quem precisa de atendimento de urgência na cardiologia, está em situação delicada. “Se for no interior, a situação é ainda mais complicada, essa é a verdade”, comentou Tarcísio Campos. Em Campina Grande, ainda de acordo com a secretaria de Estado da Saúde, os pacientes com urgências cardiológicas devem procurar o Hospital João XXIII.
Segundo Campos, em João Pessoa, se um paciente chega ao Trauma com uma dor na perna, geralmente é encaminhado ao Hospital Monte Sinai, em Jaguaribe, que não tem a estrutura adequada. “Isso pode se transformar em uma trombose profunda”, disse. O médico destacou que um grande número de pacientes que antes era atendido no Trauma, está morrendo por falta de assistência. A Secretaria de Estado da Saúde nega a falta de atendimento.
No Ortotrauma de Mangabeira também falta o serviço de cardiologia, apesar da pretensão de tornar a unidade um hospital de referência. Segundo Campos, o cardiologista fica de sobreaviso no plantão e até que se desloque, o paciente pode morrer.
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