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CULTURA

Paraibano Vladimir Carvalho fala sobre novo longa-metragem

Cineasta conta como foi 'decantar' o seu novo filme, 'Cícero Dias - O Compadre de Picasso'.

Publicado em 03/04/2016 às 12:00

“Vá você explicar as voltas que o mundo dá”, provoca o renomado cineasta paraibano Vladimir Carvalho, sobre a arte que ele domina com maestria: decantar um documentário. No caso do seu novo longa-metragem, Cícero Dias - O Compadre de Picasso, a maturação durou mais de uma década, remontando na memória o ano de 2005, durante as celebrações do Ano do Brasil na França, quando ele fez parte de um grupo oficial de cineastas que foi a Paris mostrar seus filmes.

“Eu estava fechando meu longa sobre José Lins do Rego e, na viagem, li uma reportagem acerca de uma retrospectiva de Cícero que estava acontecendo lá. No texto era citada uma frase de Zé Lins sobre o amigo e que fazia parte da exposição”, relembra o realizador, que prontamente se interessou para colocar a tal frase no seu filme. “Por sorte minha, lá estava o galerista Jean Boghici – que conhecia do Rio – e que me apresentou a viúva de Cícero”.

No ensejo, filmou o ateliê do artista e colheu depoimentos da esposa, Raymonde, e sua filha, Sylvia, que é afilhada do pintor espanhol Pablo Picasso (1881-1973). “De volta ao Rio, não usei nenhum plano no Engenho de Zé Lins e fiquei com esse material guardado durante quase dez anos”, calcula.
Tudo isso serviu para a base do documentário sobre o modernista pernambucano que será lançado neste mês, na Mostra Competitiva da 21ª edição do festival É Tudo Verdade.

“Ele foi um modernista desde os seus princípios, mas não alcançou a Semana de Arte Moderna, em 1922, pois era muito jovem na época”, explica Vladimir. “Mas, em 1928, já fazia a sua primeira exposição de corte vanguardista num hospital no Rio de Janeiro, onde se realizava um congresso de psiquiatria, o que já era um fato inusitado. Sua pintura já trazia uma evidente carga onírica fora do figurino acadêmico”.

Sobre o impacto da sua obra no Nordeste, Vladimir fala que Cícero provocou um grande choque no Estado vizinho, quando retornou para uma exposição em 1948 com uma produção diferente do lirismo anterior e já tendo deixado para trás o figurativismo, segundo o paraibano. “O seu abstracionismo provocou grande celeuma, recebendo ele forte carga da imprensa onde pontificava Mário Mello, um reacionário que o atacava quase diariamente. Depois que a poeira baixou, anos depois, foi reconhecido o papel que teve como um desbravador”.

Vladimir Carvalho afirma não conhecer materiais colhidos em película sobre o protagonista do seu novo longa, “com exceção do belíssimo filme de Mário Carneiro sobre o painel Eu Vi o Mundo...Ele começava no Recife, e curtas reportagens de televisão”.

O cineasta descobriu a espinha dorsal de Cícero Dias - O Compadre de Picasso na sala de edição, “examinando lance por lance da vida desse menino de engenho que, por fim, levou sua carga lírica do engenho Jundiá para Montparnasse”, afirma.

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Jornal da Paraíba

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