POLÍTICA
Cássio cobra celeridade no julgamento de ações e põe o TRE sob suspeição
Governador e presidente do Tribunal Regional Eleitoral rebatem as acusações do senador.
Publicado em 21/03/2015 às 22:02 | Atualizado em 16/02/2024 às 13:06
O senador Cássio Cunha Lima (PSDB) cobrou celeridade no julgamento das ações que tramitam no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PB) contra o governador Ricardo Coutinho (PSB) e pôs em suspeição a isenção do presidente da Corte Eleitoral, desembargador João Alves, em julgar os processos. As declarações foram feitas na sexta-feira (20), durante entrevista do senador à rádio CBN João Pessoa. Tramitam no tribunal 10 Ações de Investigação Judicial Eleitoral (Aije), além de uma Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (Aime) contra o governador.
“A gente tem um Estado onde o presidente do Tribunal Regional Eleitoral tem um filho nomeado como procurador da Assembleia Legislativa do Estado, que é presidida por um aliado do governador. Se você perguntar a Ricardo, ele vai dizer que não tem nada a ver com a Assembleia, mas é óbvio que tem, comanda aquilo e quer se mostrar distante”, denunciou.
Para Cássio, a utilização da máquina administrativa do Estado durante a campanha eleitoral interferiu no resultado das eleições. “O processo eleitoral demonstrou todos os abusos que foram praticados. Eu estou, como cidadão, esperando que o Tribunal Regional Eleitoral julgue o processo”, afirmou.
O governador tomou conhecimento das declarações durante agenda em Campina Grande. Ele garantiu não ter influência nas nomeações de cargos de confiança da Assembleia Legislativa da Paraíba, alegando que a “Casa de Epitácio Pessoa” é um poder independente, a exemplo do Judiciário. Ricardo também disse não temer as ações que pedem a cassação de seu mandato, impetradas por Cássio. “Ele sabe que não fui eu quem comprou prefeitos e vereadores e, achando que ganharia a eleição por conta do seu poderio econômico, constatou uma virada total na mente da população que me deu a maior diferença dos últimos anos”, ressaltou o socialista.
Por meio de sua assessoria, o presidente do TRE, João Alves, afirmou que as declarações do senador foram "maldosas" e esclareceu que, como presidente do TRE, não tem direito ao voto na Corte e também não pode obrigar a Corregedoria Regional Eleitoral (CRE) a liberar as ações para julgamento. “Porque os advogados do senador não peticionaram provocando? Meu filho é advogado há 20 anos e tem sua vida independente da minha atividade. Sempre foi assim”, rebateu.
Procurado pela reportagem do JORNAL DA PARAÍBA, o presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino (PSB), afirmou que não iria se pronunciar sobre as declarações feitas pelo senador paraibano.
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