VIDA URBANA
Paraíba vai ter 4,2 milhões de habitantes até 2030
Segundo o IBGE, o maior número de habitantes se concentrará na capital.
Publicado em 30/08/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 16:54
A população da Paraíba deverá atingir 4.274.504 habitantes até 2030. A quantidade será 9,2% maior que os atuais 3.914.418 moradores do Estado. João Pessoa será o município com maior número de habitantes. As projeções foram divulgadas ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Elas ainda revelam queda no número de filhos por mulher e também o envelhecimento da população.
Os números do IBGE revelam que o percentual de crescimento da população vai diminuir à medida que o tempo passar. Entre 2000 e 2005, a quantidade de habitantes subiu 5%, saltando de 3.472.839 para 3.647.204 residentes. Em 2010, o total de habitantes passou para 3.819.237, registrando alta de 4,7%.
Ainda nesse ritmo, o Estado deverá chegar em 2015 com 3.972.202 pessoas, o que vai corresponder a um aumento de 4% em relação a 2010. O índice de crescimento vai continuar em queda em 2020, quando a população da Paraíba deverá chegar a 4.097.859 indivíduos. O aumento será de apenas 3,1% em comparação a 2015.
Entre 2020 e 2025, o crescimento populacional deverá ser ainda menor. A soma de habitantes saltará de 4.097.859 para 4.198.671. O percentual de aumento será de 2,4%. Entre 2025 e 2030, o índice ainda será menor. A projeção é que a população paraibana saia de 4.198.671 para 4.274.504, representando um aumento de 1,8%. De acordo com o estudo, o número de nascimentos seguirá em queda até 2030, em que são esperadas 49.149 pessoas,13.398 a menos do que este ano. Os dados revelam ainda que o número médio de filhos por mulher passará de 1,85 para 1,5 na década projetada. Segundo a análise apresentada pelo IBGE, a transição demográfica esperada ocorrerá porque a queda da fecundidade será acompanhada pelo aumento da expectativa de vida, provocando um envelhecimento da população paraibana.
Para o mestre em Geografia e professor da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) Faustino Moura Neto, as projeções esperadas para a Paraíba estão abaixo do que aconteceu nas décadas de 1960 e 1970 e a queda no número de filhos poderá representar futuros problemas para a mão de obra jovem no mercado.
“Anualmente, o crescimento demográfico na Paraíba é inferior a 1% e, talvez, a maior preocupação seja a população idosa. A Paraíba está entre os quatro estados brasileiros com menor expectativa de vida. Então, a expectativa é que no futuro, após 2030, possamos ter dificuldades em encontrar mão de obra jovem”, avaliou o docente.
Segundo a pesquisa, 11,78% da população paraibana tem 65 anos ou mais e a estimativa é que em 2030 esse percentual chegue a 17,20%. O professor defende ainda que o Estado não está preparado para atender os idosos e que serão necessários investimentos principalmente na área de saúde pública. “Com essas projeções não está havendo uma reposição da família, as pressões sobre os governos serão maiores nos serviços de saúde e previdenciário. O idoso de hoje e do futuro é uma pessoa ativa”, disse.
O aumento de idosos será acompanhado pela queda nos níveis de dependência, que é a relação dos segmentos etários economicamente dependentes (abaixo de 15 anos e acima dos 64) e a parcela da população economicamente ativa (dos 15 aos 64 anos). Segundo as projeções do IBGE, em 2030, cada grupo de 100 indivíduos em idade ativa deverá sustentar 44,48 pessoas.
Projetos desenvolvidos pelo Estado. Com a expectativa de uma população idosa, a infraestrutura das cidades deve estar preparada para proporcionar qualidade de vida a esta parcela da população. De acordo com a secretária de Desenvolvimento Humano do Estado, Aparecida Ramos, o governo do Estado tem desenvolvido projetos a longo prazo para atender os atuais e futuros idosos.
Segundo a secretária, as ações são projetadas nas áreas de saúde, habitação e lazer, entendendo que o idoso está ativo na sociedade. “Qualquer Estado precisa ter um projeto a longo prazo se ele quiser se desenvolver com planejamento. No caso da população idosa, o governo tem feito investimentos para qualificar a participação dessa faixa etária na sociedade”, explicou.
Aparecida Ramos informou ainda que será construída uma Universidade Aberta, no bairro do Castelo Branco, em João Pessoa, para atender os idosos da capital e Região Metropolitana. Além disto, há projetos para a construção de condomínios fechados com adaptações necessárias ao público da terceira idade. Na capital, o condomínio será no bairro de Mangabeira. No interior, os imóveis serão construídos em Guarabira (Brejo), Campina Grande (Agreste) e Cajazeiras (Sertão).
QUEDA NA MORTALIDADE VAI CONTINUAR
A queda da mortalidade na Paraíba vem acontecendo desde o ano 2000 e deve continuar, o mesmo deverá acontecer com a taxa de mortalidade infantil, que este ano é de 19,02%, segundo dados apresentados no estudo do IBGE. Como consequência desse processo, a pesquisa revelou ainda que a expectativa de vida aumentou em quatro anos para homens e mulheres, na Paraíba.
Comparando os dados do Censo 2010 para este ano, a expectativa de vida para ambos os sexos cresceu pouco mais de 1 ano. Este ano, os valores são de 68,40 para os homens e 76,16 para as mulheres. A projeção é que esse ritmo de crescimento continue até 2030, quando os homens terão a expectativa aumentada em 4,34 anos e as mulheres 4,02 anos.
Segundo informações da pesquisa, a queda da fecundidade, cuja taxa é de 1,85 e deverá chegar a 1,55, acompanhada às tendências da expectativa de vida, também contribui para o aumento considerável da população idosa.
CINCO CIDADES TÊM MAIS DE 100 MIL MORADORES
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), João Pessoa possui atualmente 769.604 habitantes e está entre as cinco cidades com mais de 100 mil moradores do Estado. Na lista, aparecem Campina Grande (400.002), Santa Rita (125.278), Patos (104.716) e Bayeux (102.789). Do outro lado, seis municípios possuem menos de dois mil habitantes e outros 14 não atingiram três mil pessoas.
O professor Faustino Moura Neto explica que o aumento populacional na capital do Estado e cidades da região litorânea se deve à migração interna, em que a população deixa os pequenos municípios em direção aos grandes centros.
“Em dez anos, a capital ganhou mais de 100 mil habitantes. Além do crescimento natural, esse número também teve o incremento de pessoas vindas do interior. Sendo assim, percebe-se um certo esvaziamento das pequenas cidades do interior do Estado e, se continuar esse processo, a tendência é que a proporção de idosos nessas cidades seja maior em comparação aos jovens”, completa.
CONFIRA
Municípios com menos de 2 mil habitantes
São José do Brejo do Cruz (1.753)
Parari (1.823)
Quixaba (1.834)
Riacho de Santo Antônio (1.856)
Coxixola (1.856)
Areia de Baraúnas (1.908)
Municípios com menos de 3 mil habitantes
Algodão de Jandaíra (2.446)
Amparo (2.176)
Carrapateira (2.529)
Curral Velho (2.529)
Frei Martinho (2.981)
Joca Claudino (2.669)
Lastro (2.809)
Mato Grosso (2.821)
Passagem (2.338)
Santo André (2.565)
São Domingos de Pombal (2.999)
São Domingos do Cariri (2.522)
Tenório (2.951)
Zabelê (2.169)
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