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CULTURA

Músicos do Buena Vista Social Club fazem show em Olinda

Projeto que resgatou alguns dos maiores cantores, cantora e músicos de Cuba faz apresentação no próximo sábado em festival que acontece em Olinda.

Publicado em 31/08/2009 às 8:54

André Cananéa, do Jornal da Paraíba

Não há registro, no mundo contemporâneo, de um fenômeno semelhante ao Buena Vista Social Club. Projeto idealizado pelo guitarrista americano Ry Cooder (cujo currículo inclui trabalhos com os Rolling Stones), resgatou alguns dos maiores cantores, cantora e músicos de Cuba, cujas carreiras foram sufocadas pela política isolacionista de Fidel.

A partir da gravação do disco Buena Vista Social Club, o grupo saiu em turnê pelos Estados Unidos – acompanhado pelo cineasta Win Wenders, que transformaria o registro no filme de mesmo nome – e se tornou um fenômeno mundialmente querido.

Isso foi em 1998. Onze anos depois, muitos dos protagonistas dessa história se foram – é o caso de Ibrahim Ferrer, Compay Segundo e o pianista Ruben Gonzáles – e só agora, os remanescentes passam pelo Nordeste, com shows em Olinda (PE), como a grande atração do ‘Mimo 2009’, de graça, no sábado que vem, e em Salvador (BA), pago, no dia seguinte.

“O Buena Vista era um sonho”, conta a produtora carioca Lu Araújo, da Lume Arte, que realiza a ‘Mostra Internacional de Música de Olinda’ (‘Mimo’) (veja aqui a programação). “Em 2002, eu estive em Havana para negociar a vinda deles ao Brasil, mas não rolou. Posso assegurar que é a maior atração que o ‘Mimo’ já teve em sua história e, por isso, vamos fazer uma festa muito bonita na Praça do Carmo, no centro histórico de Olinda”.

Da formação clássica do Buena Vista chegam por aqui Amadito Valdés, aclamado como “la baqueta de oro de Buena Vista” (acesse a entrevista que o JORNAL DA PARAÍBA fez com ele), e o rei do alaúde, Barbarito Torres. Essa dupla reuniu 12 músicos cubanos para se apresentar em Olinda.

Entre os convidados do Buena Vista estão integrantes do Afro-Cuban All Stars, outra referência da música cubana. Deste grupo estão a cantora Tereza “Tete” Garcia Caturla, que nos anos 1970 integrou o grupo Las d’ainda, com Omara Portuondo, e Fabian Garcia. Ele integrou a orquestra de jazz de Chucho Valdés, junto com Enrique Pla e Paquito D’Rivera, no final dos anos 1960.

Filha de Amadito, Idania Valdés já dividiu o palco com o pai mundo a fora (na turnê Bajando Gervasio), acompanhou Ibrahim Ferrer a partir de 2002 e também integra a comitiva. Outro nome de destaque é o Mayito Rivera. Saudado como a melhor voz de Cuba depois de Benny e premiado com um Grammy Latino em 2001, é compositor, arranjador e multi-instrumentista. Está há dez anos na famosa banda de Juan Formell, o Los Van Van.

Completam o time Johannes Bonat Garcia, Rodolfo Argudin, Thommy Lowry Garcia, René Suarez Zapata e Heikel Fabian Trimiño, renomados músicos de jazz, além de Rolando Salgado, também do Afro-Cuban All Stars.

O repertório contempla muitos clássicos, incluindo a famosa “Chan chan”, que a gente pode chamar de o grande hino do BVSC. “El cuarto de tula”, “Drume negrita”, (marcante no repertório de Omara), o grande sucesso de Célia Cruz, “Guatanamera” e o bolero “Dos gardênias”, um dos pontos altos do disco do saudoso Ibrahim Ferrer, integram o repertório de aproximadamente 20 números.

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Jornal da Paraíba

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