VIDA URBANA
Paraibanos vivem sem água e energia
Publicado em 22/04/2012 às 8:00
O terreno da casa não é considerado dos mais confortáveis: 66 metros quadrados. Sem paredes, a divisão dos cômodos é feita com lençóis. As camas são quatro, que junto com mais dois sofás acomodam os 12 moradores da casa. Essa é a residência de dona Maria Bezerra da Silva, que cozinha o pouco de comida que colhe da terra em um fogão de lenha, conta com o trabalho manual do marido e dos filhos, que passam boa parte do dia cortando capim, pau de catingueira para transformar em carvão e vender, além de passar o dia carregando baldes de água para beber, usar na cozinha e banheiro já que além da ausência de luz, a moradia não tem água encanada.
“Meu marido sai de casa logo cedo para capinar e procurar quem queira comprar capim para dar de comer aos bichos. Já meus dois filhos pequenos quando não vão para a escola saem para cortar catingueira para vender o carvão, e os maiores vão procurar o trabalho para colocar alguma coisa dentro de casa. A vida não é muito diferente disso. Aqui a gente não tem torneira, porque não tem água encanada e não pode nem assistir televisão, porque não tem luz. Para enxergar à noite só com o candeeiro, disse a dona de casa que possui um aparelho de TV, mas apesar de ter um poste em frente a sua casa, ainda vive no escuro.
De acordo com a assessoria de comunicação da Energisa Borborema, o prazo para que uma ligação elétrica seja estabelecida é de cinco dias úteis, sendo três para o estudo técnico e mais dois para a instalação. Contudo, dona Maria José garante que está próximo de completar um mês do último pedido que fez à companhia, mas ainda não pode sequer acender uma lâmpada. Já a Cagepa informou que sua área de abrangência é apenas a zona urbana.
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