Deficientes visuais enfrentam falta de emprego e de acessibilidade

O município de Campina Grande tem aproximadamente cinco mil deficientes visuais, entre cegos e portadores de baixa visão, segundo dados do Instituto dos Cegos de Campina Grande. Para esta parcela significativa da população realizar atividades corriqueiras como se locomover com autonomia ainda é um enorme desafio.

De acordo com a diretora de patrimônio do órgão, Socorro Bispo, apesar de alguns avanços, este público ainda enfrenta dificuldades, como acesso ao mercado de trabalho, falta de acessibilidade em locais públicos e até mesmo o preconceito da sociedade. “Tenho apenas 10% da visão do olho esquerdo e perdi completamente a visão do outro olho, devido a um deslocamento de retina, não consigo andar sozinha e tenho muita dificuldade de sair à noite, pois os locais não estão adequados à minha realidade”, lamentou.

Socorro destaca ainda que na maioria das empresas da cidade não existe os sistemas Dosvox e Jaws, que são desenvolvidos especialmente para garantir aos deficientes visuais a utilização de computadores. “Infelizmente, as empresas ainda não se adequaram para receber funcionários com limitação de visão, o que dificulta o acesso ao mercado”.

Apesar desta realidade, a diretora destaca alguns avanços como a criação de sistemas de informação, que garantem o acesso dos deficientes visuais à informação, a distribuição de material elaborado em braile, que tem garantido o acesso destes cidadãos à leitura e a inserção nas instituições de ensino regular e superior.

Hoje é o Dia do Deficiente Visual. Para lembrar a data, os profissionais do Instituto dos Cegos, localizado no bairro do Catolé, vão realizar a partir das 9h programação especial, que será iniciada com a chegada de Papai Noel. Ainda pela manhã, um coral de crianças do instituto se apresentam e, em seguida, a equipe de natação faz um número de dança aquática. As atividades são voltadas para os 180 alunos da instituição e seus familiares.