icon search
icon search
icon search
icon search
home icon Home > cultura
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
Compartilhe o artigo
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
compartilhar artigo

CULTURA

'Alice no País das Maravilhas' ganha edição nacional com arte de brasileira

Clássico chega em versão escrita por Leah Moore - filha do cultuado Alan Moore - e ilustrada pela brasileira Erica Awano

Publicado em 01/03/2015 às 8:00

Referência acerca das fábulas clássicas, Alice no País das Maravilhas recebeu adaptações tanto no cinema animado e de carne-e-osso quanto na própria literatura e histórias em quadrinhos.

Chega ao Brasil a versão da garotinha loira que cai numa toca de coelho e é transportada para um universo regido por uma lógica absurda escrita por Leah Moore – filha do renomado autor de HQs Alan Moore – e seu marido, John Reppion, com ilustrações da brasileira Erica Awano.

Alice no País das Maravilhas – Obra Completa (Mythos Books, capa dura, formato 17 x 26 cm, 184 páginas, R$ 59,90) reúne os dois livros imaginados pelo britânico Lewis Carroll (1832-1898): o que oferece nome ao álbum (lançado no ano de 1865) e o Alice Através do Espelho (publicado originalmente em 1871).

“A primeira vez que eu ouvi falar de Alice no País das Maravilhas foi certamente através da animação da Disney (lançada em 1951) – embora nunca tenha assistido”, recorda Erica Awano em entrevista ao JORNAL DA PARAÍBA. “Depois vieram as versões em mangá, um texto aqui, outro acolá, mas eu só fui ler a obra inteira na faculdade. Eu lembro que na época fiquei pensando como um livro desses poderia ter se tornado uma animação para crianças. É um dos livros mais politicamente incorretos que eu já tive o prazer de ler!”.

Assim como seu pai – na melhor tradição do “filho de peixe...” – Leah Moore junto com Reppion sempre entregava os roteiros bastante detalhado (como pode ser visto em algumas amostras nos extras do volume).

“Em geral, tudo o que era fundamental estava no roteiro, inclusive o layout de página. Eu só tinha que desenhar”, explica Awano. “Muitos artistas se irritam ao receber um roteiro tão minucioso, mas eu não tenho problemas com isso. Realmente pude brincar sem medo de estar fugindo do que era essencial à cena”.

De acordo com a quadrinista, os roteiros dos ingleses sempre começavam com alguns comentários sobre a edição anterior. “Como ela e o marido estavam adorando as páginas, isso era um incentivo pra mim porque – em alguns momentos – o trabalho foi bem puxado”.

Conhecida pela série brasileira Holy Avenger, que está saindo atualmente em edições definitivas pela editora Jambô, a desenhista tinha que deixar um pouco de lado seu traço característico, que remete aos quadrinhos japoneses. “Eu não tenho lembrança de algo particularmente mais difícil, Alice em sua totalidade foi um pulo bem longe da zona de conforto, então tudo foi bem complicado”.

As cores da edição ficou por conta de outro brasileiro: o ex-VJ da MTV PC Siqueira. Seus matizes dão o clima sombrio que complementa os desenhos de Erica. “A cor foi feita de modo a simular as aquarelas das ilustrações originais”, aponta Awano.

Iggy Pop ou Dylan?

Dentre os novos projetos de Erica Awano estão na prancheta da quadrinista as páginas da nova Holy Avenger com Marcelo Cassaro nos roteiros. (Foto: divulgação)

Dentre as observações contidas na adaptação colocadas como bônus na feitura de Alice no País das Maravilhas, na parte correspondente a primeira aparição do Chapeleiro Louco, Leah Moore relata que tem algo entre os roqueiros Bob Dylan e Iggy Pop em mente quando pensa no personagem.

“Eu nem lembrava mais que havia esse tipo de informação no roteiro!”, comenta aos sorrisos a artista natural de São Paulo. “Pra ser sincera, eu não acho que tenha seguido nem um, nem outro, mas os olhos esbugalhados podem, sim, indicar que eu fiquei mais inclinada pelo Iggy Pop para o papel de Chapeleiro...”

Dentre os novos projetos que estão na prancheta da quadrinista estão as páginas da nova Holy Avenger com Marcelo Cassaro nos roteiros. Segundo o site especializado Universo HQ, o título se chamará Holy Avenger – Paladina, nome da personagem principal que surgiu como mascote da seção de cartas da revista Dragão Brasil. A trama se passa no mundo atual de Tormenta, dez anos após os eventos de Holy Avenger.
“Mas o projeto está indo devagar porque eu só consigo trabalhar nelas nos fins de semana”, justifica. “De resto, só trabalho e mais trabalho”.

No ano passado, Erica Awano foi a principal atração da 7ª edição do HQPB, evento de quadrinhos e cultura pop que foi realizado no Espaço Cultural José Lins do Rego, em João Pessoa.

Álbum traz um 'capítulo perdido' de Lewis Carroll

O material extra no final de Alice no País das Maravilhas disponibiliza quatro poemas seletos de Lewis Carroll, uma entrevista com Leah e Reppion, e uma amostra do processo criativo com alguns exemplos de páginas roteirizadas com seus respectivos layouts, arte-final e aplicação de cores.

No entanto, o mais interessante é o resgate do “capítulo perdido” de Alice Através do Espelho, 'A Vespa de Peruca', uma passagem que foi retirada do original e ficou desconhecida por mais de um século. Segundo explicação nos extras do álbum, ela foi redescoberta em 1974, quando provas tipográficas foram leiloadas em Londres e posteriormente autenticadas por Martin Gardner, autor de The Annotated Alice.

No adendo ainda explica que a retirada do capítulo foi o descontentamento do renomado ilustrador original da série, sir John Tenniel, que chegou a escrever ao amigo Lewis Carrol, justificando que não enxergava um caminho para a imagem.

Para Leah, a recolocação do capítulo na adaptação é um meio de vislumbrar como seria a obra completa, como uma espécie de 'versão do diretor'. “Em parte porque queríamos a Erica Awano levasse a melhor sobre sir Tenniel, mostrando ao mundo como se desenha uma Vespa de Peruca!”, brincou a escritora no texto dos extras.

Dentre as hipóteses levantadas pelo casal de roteiristas, o ilustrador teria se ofendido com um comentário da Vespa, onde a criatura falara que apenas um olho bastava para a jovem Alice. Tenniel também só tinha um.

Imagem

Jornal da Paraíba

Tags

Comentários

Leia Também

  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
    compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp