VIDA URBANA
PC descobre golpe em fretes de mineradora
Funcionários de uma rede de empresas de mineração estão sendo investigados por aplicação de golpe equivalente a R$ 3 milhões.
Publicado em 01/05/2013 às 6:00
Dois funcionários de uma rede de empresas de mineração estão sendo acusados de formação de quadrilha, estelionato e lavagem de dinheiro. A dupla teria aplicada um golpe equivalente a R$ 3 milhões, em um período de pelo menos cinco anos, em um grupo empresarial da Paraíba no qual trabalhavam. Entretanto, a Polícia Civil (PC) estima que o grupo seja formado por quatro pessoas.
Na manhã de ontem, a Polícia Civil cumpriu cinco mandados de busca e apreensão durante a operação 'Bona Fide', em João Pessoa e Campina Grande, em imóveis dos suspeitos e nas empresas que sofreram o golpe. Foram apreendidos documentos, anotações, computadores, recibos e comprovantes de depósito bancários dos dois funcionários. A maior parte do material foi apreendido em Campina Grande, onde também eram aplicadas a maioria das fraudes em contatos de frete.
O delegado responsável pelas investigações, Steferson Nogueira, revelou que o crime acontecia da seguinte forma: a mineradora fechava um contrato de venda e transporte de produtos, os suspeitos através da transportadora da própria rede de mineração, superfaturavam em 10% e até 20% o valor do frete. Repassavam um valor inferior ao caminhoneiro que iria realizar o transporte do material e embolsavam o restante da quantia, que era rateada entre os funcionários do 'alto escalão'.
“Os cheques de pagamento eram trocados em um posto de combustível de Campina Grande, cidade que também concentrava a maioria das fraudes. Investigamos agora a participação do dono do posto, mas por enquanto sabemos que os caminhoneiros não tinham qualquer conhecimento desse esquema”, explicou o delegado Steferson Nogueira.
A fraude foi descoberta no ano de 2008, durante um auditoria realizada pela rede de mineradoras. A partir das primeira informações, o caso foi repassado para a Polícia Civil, que designou o delegado Steferson Nogueira, em caráter especial, para investigar o crime. Entre os fatores que denunciaram os dois funcionários, um gerente e um responsável pela transportadora do grupo, está o enriquecimento ilícito. “Eles possuem apartamentos que estão avaliados em mais de um milhão de reais e também carros caros, o que não era condizente com seus salários”, afirmou Steferson Nogueira. Conforme o delegado, um dos suspeitos recebia um salário mensal de R$ 10 mil, mas seus faturamentos chegavam mensalmente a R$ 50 mil.
Apesar de haver indícios da participação dos dois funcionários no esquema criminoso, a PC não solicitou a prisão preventiva dos acusados. “Não percebemos a necessidade da prisão preventiva durante o processo investigativo, tendo em vista que eles não poderiam destruir estas provas”, frisou Steferson Nogueira.
Os dois suspeitos irão prestar depoimento ainda nesta semana, período em que também será realizado um exame de perícia no material apreendido. Eles serão autuados por formação de quadrilha, estelionato e lavagem de dinheiro. A investigação continua, desta vez, na fase de inquérito. Ainda serão investigadas a existência de bens patrimoniais omitidos pelos suspeitos.
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