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CULTURA

Paulo Levy regressa ao mundo dos assassinos

Paulo Levy regressa ao mundo dos crimes, após Réquiem para um Assassino

Publicado em 18/11/2012 às 8:00


O romancista pernambucano Raimundo Carrero costuma dizer que, se não fosse escritor, seria assassino: segundo ele, todo ficcionista, brincando de Deus, desenvolve esse ímpeto criminoso que, se não fosse contido pelas páginas da literatura, iria parar nas páginas policiais.

O ex-publicitário Paulo Levy, que ano passado ingressou neste mundo de 'pseudo-criminosos' com Réquiem para um Assassino, parece ter gostado da experiência e acaba de regressar a ela com Morte na Flip (Bússola, 172 páginas, R$ 36,90).

O livro, que frequentou as listas de mais vendidos mês passado, é a nova aventura do Delegado Dornelas, um personagem inconfundível que alimenta sua perspicácia detetivesca com colheres de mingau de farinha láctea.

Abandonado pela mulher e distante dos filhos, Joaquim Dornelas é degustador de cachaças e vive uma "amizade colorida" com a personagem Dulce Neves.

Prestes a ser conhecido nos cinemas (Levy assinou um acordo com uma produtora cinematográfica que, atualmente, tenta converter o primeiro livro em um longa-metragem), Dornelas agora investiga um assassinato ocorrido durante um evento literário na fictícia Palmyra, cidade inspirada na paradisíaca Paraty, no Rio de Janeiro.

AURA DE SACRALIDADE
O crime ocorre no show de abertura do evento, que o escritor visita desde a infância: "Colocar um crime num dos eventos de livros mais cultuados do país, não apenas me deu a oportunidade de tirar a aura de sacralidade do evento como a de um aspecto mundano da cidade, coisa que acontece com toda e qualquer cidade com gente no país", diz Levy ao JORNAL DA PARAÍBA, na entrevista a seguir, concedida por e-mail.

Segundo ele, o próximo livro desmistificará a Maçonaria, sociedade que há séculos aguça a curiosidade pública e já engendrou inúmeras publicações.

Leitor de Agatha Christie e Arthur Conan Doyle, o escritor afirma que procurou dar mais profundidade à sua prosa em Morte na Flip: "Nada que chegue perto de um CSI. A intenção nem é essa.

Mas resolvi ir mais fundo nesses temas como forma de dar mais realismo à estória. Embora seja uma ficção, ela deve estar amparada na realidade. Tanto o crime quanto os personagens ganham mais peso e credibilidade", reflete o escritor.

Entrevista

JORNAL DA PARAÍBA - Como escritor, qual é a sua relação com a Flip e como foi que surgiu a ideia de ambientar esta narrativa em Paraty, durante o evento?

Paulo Levy - Vou a Paraty desde a infância, conheço bem a cidade. Meses antes do primeiro livro do delegado Dornelas ser lançado – Réquiem para um Assassino -, o que aconteceu em outubro do ano passado, eu já havia tido a ideia de um segundo livro ambientado na Flip. Colocar um crime num dos eventos de livros mais cultuados do país, não apenas me deu a oportunidade de tirar a aura de sacralidade do evento como a de mostrar um aspecto mundano da cidade, coisa que acontece com toda e qualquer cidade com gente demais. Mais gente, mais chance de confusão. Simples probabilidade matemática. Mas vale lembrar que embora a inspiração venha de Paraty, a cidade do livro chama-se Palmyra. Resolvi mudar para que eu pudesse ter plena liberdade criativa, além do fato de eu não querer ficar refém de Paraty. A cidade é tão conhecida que ela facilmente se tornaria um personagem forte demais na história.

- Que mudanças você considera que sua prosa sofreu do primeiro livro para este?

- Não apenas meu texto ganhou refinamento como a trama de Morte na Flip livro é mais intrincada do que a de Réquiem... Isso me permitiu dar mais profundidade aos personagens, especialmente no caso do delegado Joaquim Dornelas, que é o fio condutor do enredo. Este segundo livro me permitiu também ir mais a fundo na psicologia dos suspeitos, e nos procedimentos jurídicos e de perícia policial. Nada que chegue perto de um CSI. A intenção nem é essa. Mas resolvi ir mais fundo nesses temas como forma de dar mais realismo à estória. Embora seja uma ficção, ela deve estar amparada na realidade. Tanto o crime quanto os personagens ganham mais peso e credibilidade.

- Quando se fala no gênero policial, sempre imaginamos sua projeção nas telas. Você nutre esse tipo de expectativa em relação a seus romances? Quando veremos o Delegado Dornelas nas grandes telas?

- Logo após lançar Réquiem para um Assassino fechei um acordo com a Movie&Art, uma grande produtora cinematográfica de São Paulo, para tocar o projeto de adaptar os livros do delegado Dornelas para o cinema. Nesse momento estamos na fase de busca de investidores para escrever o roteiro e cadastrar o projeto na Ancine. Mas quando se fala em cinema no Brasil, nada acontece rápido. Os projetos levam anos para serem formatados, terem os recursos captados e a produção efetivamente acontecer. Mas sim, dentro de algum tempo teremos o delegado Dornelas nas telas do cinema.

- Talvez seja cedo, mas você já imagina o mote de seu próximo romance?

- A maçonaria. É tudo que posso adiantar agora. Não sei como será a história, o crime, o assassino. Aliás, nunca sei. Descubro a história, o crime, os suspeitos e a trama conforme vou escrevendo. Mas no próximo livro a trama vai envolver a maçonaria, um tema constantemente envolto em mistério.

- Você acompanha a evolução do gênero policial? Quais são suas referências mais recentes?

- Li muito Agatha Christie e Sherlock Holmes na escola quando jovem, talvez como muitos jovens da minha época. Nunca acompanhei visando algum dia me tornar um escritor do gênero. Lia apenas por obrigações escolares. Hoje em dia, em razão de estar escrevendo livros policiais, acompanho com gosto. Curto em especial o comissário Maigret, do Georges Simenon, para mim, o melhor personagem de todos; recentemente voltei aos clássicos como Dashiel Hammet e Raymond Chandler; dos modernos, acompanho as aventuras do comissário Montalbano, de Andrea Camilleri e pretendo ler mais livros do Garcia-Roza, nosso melhor autor no gênero até aqui, do qual li apenas Silêncio da Chuva, que gostei muito. Desejo ler também Ian Rankin, Henning Mankel e Ngayo Marsh. Falta tempo, infelizmente.

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Jornal da Paraíba

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