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VIDA URBANA

Crianças vão a presídio 'conviver' com os pais

Única maneira de não perder o contato total com o pai, enquanto ele permanece detido, é frequentar uma penitenciária.

Publicado em 10/11/2013 às 6:00

Crescer em um ambiente tranquilo e familiar é um direito assegurado a todos os menores de idade, previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), mas que acaba sendo violado por conta da criminalidade. Órfãos de pai. Filhos do crime. Diante desse cenário, muitas crianças e adolescentes de João Pessoa, se desenvolvem sem o convívio paterno, uma vez que os pais cumprem pena por práticas delituosas. A única maneira de não perder o contato total com o pai, enquanto o mesmo permanece detido, é frequentar o ambiente hostil de uma penitenciária, pelo menos duas vezes ao mês.

Foi o que aconteceu com Sandra Maria, 20 anos, que entrou em um presídio pela primeira vez quando tinha 5 anos de idade. Na época, o pai de Sandra tinha cerca de 30 anos e foi preso várias vezes. No total, foram 11 anos detido, dos quais Sandra o visitou cinco. “Minha mãe me trazia desde os meus 5 anos até eu completar dez anos. Depois disso eu só o vi recentemente quando ele foi solto. É meu pai só de nome mesmo, porque me gerou, mas não tive carinho, atenção, amizade, nada dele”, disse.

Há cinco meses, Sandra vê a história se repetir com a filha de 1 ano e cinco meses. “Eu já estou acostuma a vir em presídio”, revelou. Com a criança no colo, Sandra espera os portões da Penitenciária Desembargador Flósculo da Nóbrega, o presídio do Róger, em João Pessoa, se abrirem. A intenção é tentar manter uma rotina normal e dar à menina a oportunidade de ter contato com o pai. “Faz cinco meses que ele está aqui e a cada 15 dias trago ela para visitá-lo. O ruim é que não pode entrar nem com uma boneca para ela brincar e se sentir à vontade com o pai. Mas tenho fé que ele vai ser solto logo para a gente voltar a ter uma vida normal”, almejou.

Já Michele França, 27 anos, leva a filha de 1 ano e cinco meses para visitar o pai no presídio desde quando a menina tinha 15 dias de nascida. O companheiro de Michele foi detido há um ano e sete meses, quando ela ainda estava no sétimo mês de gestação. Apesar do esforço da mãe para que o laço afetuoso entre pai e filha não seja cortado, ela teme que o preço a pagar seja alto. “Enquanto minha filha é pequena e não entende o que está acontecendo, tudo bem. Mas tenho medo de que quando estiver maior isso interfira na sua educação ou que sofra na escola, sendo perguntada pelos coleguinhas sobre o pai e ao dizer que vai ao presídio para vê-lo, mas é o jeito”, confessou.

Grávida de sete meses de um menino, Juliane de Brito, 30 anos, espera ansiosa na fila para rever o marido que está detido há cinco meses. “O pai está louco para ver o rostinho dele. Espero que ele (marido) seja solto antes do bebê nascer, mas caso isso não aconteça, vou trazê-lo aqui”, afirmou ao acrescentar que no presídio vê muitas outras crianças visitando os pais.

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Jornal da Paraíba

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