David Gilmour chega ao Brasil em dezembro trazendo disco solo

Em dezembro, David Gilmour desembarca no Brasil para shows em São Paulo (11 e 12), Curitiba (14) e Porto Alegre (16). Traz na bagagem Rattle That Lock, o quarto álbum solo do ex-guitarrista do Pink Floyd, o primeiro de inéditas desde On An Island (2006) e, musicalmente, mais próximo de sua antiga banda que o próprio disco dela, The Endless River, lançado dez meses antes, em 2014.

Como um bom disco do Pink Floyd, Rattle That Lock é temático. Abre e fecha com dois interlúdios instrumentais, nos quais a guitarra de Gilmour chora com a inconfundível assinatura do músico que desenhou acordes clássicos para ‘Us and them’, ‘Comfortably numb’ e ‘Sorrow’.

O recheio conta com uma série de canções compostas apenas por Gilmour ou em parceria com a mulher, a escritora Polly Samson, inspiradas nos textos de Paraíso Perdido (Lost Paradise, no original), livro de poemas escritos no século 17 pelo inglês John Milton.

Apesar da atmosfera etérea da primeira faixa, o repertório é formado por canções diretas, sem os arroubos progressivos e lisérgicos do passado. A faixa título lembra sonoridades da fase A Momentary Lapse of Reason (1987) e The Division Bell (1994), mas a tocante ‘A boat lies waiting’ poderia estar em The Wall (1979) ou The Final Cut (1983), assim como ‘In any tongue’.

Mas Gilmour vai além, experimentando jazz em meio ao rock. O solo de piano de ‘Dancing in right front of me’ dá pistas de uma nova direção, que conduz o músico para o gênero na irresistível ‘The girl in the yellow dress’.

Em uma jogada rara no atual mercado de CDs, a Sony Music optou por distribuir, além do disco simples (em edição “livro”), uma caixa de luxo com tiragem limitada repleta de mimos, de palheta a uma edição capa dura de Lost Paradise, passando por poster, cartão postal e DVD, com o disco mixado em 5.1, videoclipes e documentários (com legendas em português). O CD ‘single’ sai por R$ 50,00, enquanto a caixa, por R$ 250,00.