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VIDA URBANA

Reintegração de posse em Alhandra

PM realiza operação de reintegração de posse em Alhandra,  índios que ocupavam propriedade privada foram retirados do local.

Publicado em 01/12/2011 às 6:30


Um grande efetivo policial foi deslocado durante a madrugada de ontem para a cidade de Alhandra, no Litoral Sul do Estado, para a realização da Operação 'Mucatu' que tinha como objetivo a reintegração de posse de uma área ocupada por índios e sem-terra. A ação policial durou oito horas e não chegou a haver confronto entre os assentados e a polícia ou prisões. O terreno desapropriado pertence ao Grupo Elizabeth, e seria utilizado para a construção de uma fábrica.

A operação teve início às 5h com barreiras policiais sendo montadas nas estradas que dão acesso ao terreno. Conforme o coronel Castro, comandante do Policiamento da Região Metropolitana de João Pessoa, cerca de 80 pessoas haviam ocupado o local há três meses e há um mês 20 índios também ocuparam a área.

Os índios reivindicavam a posse da terra, alegando que o local seria área indígena e não poderia ser comercializada, porém uma decisão judicial, assinada pela Promotoria de Alhandra determinou a desapropriação imediata. Os índios não aceitaram a decisão e com os rostos pintados e armados com lanças, formaram uma linha de frente entoando canções. “Nós estamos sendo discriminados, estão alegando que não somos índios porque não temos a aparência indígena. Isso é uma covardia,” afirmou um líder indígena.

Apesar do protesto dos assentados, todos os pertences foram colocados em caminhões da polícia. Casas de alvenaria e alguns barracos improvisados com lonas foram destruídos por tratores. O coronel Castro revelou que os índios, armados com lanças, estavam preparados para um confronto. Eles chegaram a ameaçar atear fogo no local.

“Não houve confronto e nós conseguimos realizar com sucesso a reintegração sem o registro de ocorrências. Negociamos incansavelmente, até que chegássemos ao comum acordo.

Tudo foi feito dentro da legalidade com o máximo de calma para que não houvesse nenhum confronto. Nenhum assentado foi ferido e ninguém foi preso,” assegurou o coronel Castro. Os índios abandonaram o local pacificamente.

O professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Estevão Palitot, integrante da Comissão de Direitos Humanos da UFPB, afirmou que a área desapropriada é indígena e reivindica a demarcação das terras.

O deputado estadual Frei Anastácio estava no local e intermediou as negociações entre os assentados e a polícia. O JORNAL DA PARAÍBA tentou entrar em contato com o parlamentar, mas os telefonemas não foram atendidos.

Imagem

Jornal da Paraíba

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