VIDA URBANA
Artrose afeta 39,4 mil pessoas na Paraíba
Deste total, 22.571 eram de pessoas com mais de 60 anos de vida.
Publicado em 27/05/2012 às 12:30
As dores nas costas são a companhia inseparável da aposentada Maria Pereira da Silva, 69 anos. A imagem da coluna ligeiramente encurvada, que apareceu no exame de raio x, feito pela idosa há alguns anos, explica a origem do sofrimento. Apesar do sorriso fácil, a dona Maria é portadora de artrose, uma doença que afeta os ossos, comprime músculos e tendões e causa dores muito fortes.
“As minhas costas doem tanto que tem dia que nem consigo me levantar. Já faz uns 30 anos que sofro disso. A dor fica ainda pior quando chove”, lamenta.
Dona Maria está entre as vítimas de uma doença que atinge sete em cada dez pacientes com mais de 70 anos de idade, segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia. Até dezembro do ano passado, segundo o Ministério da Saúde, já havia 39.488 casos da patologia confirmados na Paraíba. Deste total, 22.571 eram de pessoas com mais de 60 anos de vida.
Considerada a mais comum das doenças reumáticas, a artrose é chamada também de osteoartrose, osteoartrite, artrite degenerativa e doença articular degenerativa. Incide principalmente nas articulações dos joelhos, coluna, quadril, mãos e dedos. Nas costas, provoca a leve inclinação da coluna e é conhecida popularmente pelo nome de “Bico de Papagaio”.
Segundo o reumatologista Carlos Fernando Tavares de Melo, membro da Sociedade Brasileira de Reumatologia, seção Paraíba, o problema está associado à má alimentação e má postura.
O reumatologista explica que a incidência ocorre em homens e mulheres que atravessaram a faixa dos 45 anos de idade, mas o quadro piora com o passar do tempo. “Isso ocorre devido ao desgaste das cartilagens que existem nas articulações. O organismo fabrica os chamados 'osteófitos', que dá origem à artrose”, ressalta.
A prevenção precisa começar cedo, alerta o médico. “As pessoas devem praticar esportes físicos, atividades que fortaleçam a musculatura, como a natação e a hidroginástica.
São exercícios que evitam a fabricação dos osteófitos.
A postura é outro fator que interfere na prevenção. Manter a coluna ereta, além de evitar dores localizadas, também previne o desgaste das articulações”, detalha o especialista.
Foram essas orientações que faltaram à dona Maria. Criada no interior do Estado, na cidade de Caiçara, a 130 quilômetros de João Pessoa, a aposentada teve uma vida difícil.
“Trabalhava na roça, no cabo da enxada. Pegava muito peso e acho que isso machucou minha coluna”, afirma.
Hoje, sofre com os danos acumulados ao longo de quase sete décadas de vida. Mas ela não é a única. Maria Anita Duarte tem 76 anos e é também uma vítima de artrose. “Eu sou do município de Dona Inês, interior da Paraíba, e também fui obrigada a trabalhar com serviço pesado. Preciso tomar um comprimido todo dia para aliviar as dores”, desabafou.
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