VIDA URBANA
Desenvolvimento humano melhora na Paraíba
Índice de Desenvolvimento Humano da Paraíba apresentou melhora em 14 anos. O número subiu de 0,583 em 1991 para 0,718 em 2005.
Publicado em 09/09/2008 às 8:03
Bartolomeu Honorato do Jornal da Paraíba
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da Paraíba apresentou melhora em 14 anos. O número subiu de 0,583 em 1991 para 0,718 em 2005. Apesar do avanço na qualidade de vida na educação, renda e longevidade - que são os itens avaliados no IDH - o Estado ainda está abaixo da média nordestina de 0,720 em 2005. No ranking do IDH no Nordeste, a Paraíba ocupa a quinta colocação entre os noves Estados.
Se a Paraíba fosse um país, estaria com o IDH considerado médio pela Organização das Nações Unidas (ONU) e equivalente a países como Indonésia (0,716), Síria (0,716), Vietnã (0,709) e Egito (0,702).
O desempenho do desenvolvimento humano dos Estados brasileiros - entre os anos de 1991 a 2005 -, foi divulgado ontem na pesquisa Emprego, Desenvolvimento Humano e Trabalho Decente: A experiência Brasileira Recente, realizado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), Programa das Nações Unidas Para o Desenvolvimento (Pnud) e Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal) da ONU.
O relatório da ONU aponta que a Paraíba apresentou gráfico crescente no IDH de 1991 a 2005. Entre 2004 e 2005, por exemplo, o Estado apresentou um crescimento alto. O IDH pulou de 0,709 em 2004 para 0,718 em 2005. Isso quer dizer que os serviços públicos, como saúde, educação, assistência social e geração de emprego e renda tiveram políticas eficientes na redução da pobreza e desigualdades sociais na Paraíba.
“A melhoria no IDH da Paraíba tem a ver com os programas e ações que o governo tem implementado no Estado em parceria com o governo federal. Entre elas, o Leite da Paraíba, o Bolsa Família, Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) e Centros Especializados de Assistência Social (Creas), que juntos possuem uma grande amplitude de assistencialismo à população paraibana”, explicou a secretária Executiva de Desenvolvimento Humano da Paraíba, Isa Arroxelas.
Ivanilda Gomes Gonçalves se encaixa no perfil de pessoas atendidas pelos programas. A doméstica possui três filhos assistidos pelo Bolsa Família. Por mês, a mãe recebe R$ 122 para manter as crianças de 6 e 8 anos e a adolescente de 14 anos. “É um programa bom. O dinheiro serve para comprar a comida e material escolar dos meus filhos. É pouco, mas faz grande diferença no fim do mês. Se eu não tivesse o benefício, a situação financeira estava feia em casa”, conta Ivanilda Gomes Gonçalves. O Bolsa Família é um programa federal de transferência de renda para as famílias que mantêm os filhos estudando na escola.
Mesmo com gráfico crescente no Índice de Desenvolvimento Humano em 14 anos, o IDH da Paraíba, em 2005, ficou abaixo da média do Nordeste no mesmo ano - que atingiu 0,720. O Estado aparece na quinta colocação no ranking nordestino do IDH, com 0,718 de média. O desempenho paraibano é igual, por exemplo, ao Estado vizinho de Pernambuco, que possui uma economia mais forte. Em 1991, o Índice de Desenvolvimento Humano da Paraíba era 0,583. No Nordeste, o Estado aparecia em 6º lugar naquele ano. Se na comparação com o Nordeste a Paraíba está abaixo da média, o desempenho é pior em relação ao Brasil. O IDH brasileiro em 1991 alcançou 0,706 contra 0,794 em 2005. A região Sul do país continua com a melhor qualidade de vida.
A renda paraibana é a terceira maior do Nordeste
A conclusão é do relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), no componente renda da população, em 2005. A melhor renda está no Rio Grande do Norte, que marcou 0,657. Em segundo lugar, aparece o Sergipe com 0,643. A Paraíba registrou 0,638 de média no mesmo ano e ocupa a terceira colocação. Completam a lista: Pernambuco (0,632), Bahia (0,621), Ceará (0,616), Piauí (0,608), Alagoas (0,589) e Maranhão (0,570). O IDH geral da região Nordeste é 0,619. “Há um conjunto de ações governamentais para melhorar a distribuição de renda nas famílias paraibanas. O Estado tem investido em programas como ‘A Paraíba em suas mãos”, que resgata a cultura através do artesanato, gerando renda para os artesãos do interior. Mas também existem iniciativas de capacitação de jovens e aberturas de cursos profissionalizantes”, afirmou a secretária Executiva de Desenvolvimento Humano, Isa Arroxelas.
O relatório da ONU também confirma que a renda dos paraibanos cresceu em 14 anos. Em 1991, o IDH da renda marcava 0,559 contra 0,638 em 2005. No ano de 1991, o Estado aparecia com o quarto pior índice do Nordeste. No Brasil, o componente do IDH renda atingiu 0,713 em 2005.
No quesito longevidade - que mede o tempo de vida das pessoas - o levantamento da ONU mostra que mais uma vez houve aumento no tempo de vida dos paraibanos. O IDH longevidade era 0,613 em 1991 e 0,723 em 2005. No entanto, o item foi inferior aos 0,734 de média alcançada no Nordeste em 2005. Na comparação com os outros Estados da região no mesmo ano, a Paraíba fica na quinta colocação. O número do Índice nacional é 0,785, em 2005.
O IDH educação apresentou desempenho semelhante ao da longevidade em um período de 14 anos. Em 1991, a Paraíba tinha 0,575 . Em 2005, o número pulou para 0,793. Entretanto, ficou abaixo da média de 0,807 do Nordeste e dos 0,883 do Brasil. Na comparação com os outros Estados nordestinos, o IDH educacional paraibano está na sexta colocação, atrás de Sergipe (0,827), Pernambuco (0,811), Rio Grande do Norte (0,810), Ceará (0,808) e Bahia (0,803); à frente de Maranhão (0,779), Piauí (0,784) e Alagoas (0,759).
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