VIDA URBANA
Conheça a história de um casal estrangeiro que ama JP
Casal que há 31 anos mora em João Pessoa e que aproveita o aniversário de 424 anos da cidade para declararem o seu amor por ela.
Publicado em 05/08/2009 às 7:58
Phelipe Caldas
As pesquisas revelam que a maioria da população de João Pessoa é do interior do Estado, que vêm para a Capital e se instalam em busca de melhores condições de vida. Mas ela também é um reduto internacional, que abriga estrangeiros vindos dos mais diferentes países para morar na pacata cidade. É este o caso da italiana Giuliana Mazzanti e do argentino Hector Rossi, casal que há 31 anos mora em João Pessoa e que aproveita o aniversário de 424 anos da cidade para declarar o seu amor pela pacata Filipéia.
Giuliana e Hector se conheceram na Argentina, depois que os pais dela resolveram migrar da Europa para a América do Sul. Lá se conheceram, se casaram e tiveram dois filhos: Jorge e Letícia. Em 1978, o músico Hector Rossi foi contratado pela Universidade Federal da Paraíba para ajudar na fundação do Departamento de Música da instituição e na revitalização da Orquestra Sinfônica da Paraíba.
Ele trouxe a esposa italiana para passar apenas um ano, mas gostou tanto da cidade que se efetivou na instituição e permaneceu por aqui para sempre. E foi aqui que eles tiveram dois outros filhos, os primeiros pessoenses da família: Alexandra e Bruno. “Adotamos João Pessoa porque nos encantamos com a cidade. Temos história para um livro inteiro”, brinca Hector.
O argentino confessa que no início teve um choque com o tamanho de João Pessoa, mas logo viu que a qualidade de vida superava qualquer diferença. “Sou de Buenos Aires e vim de uma cidade com mais de 14 milhões de habitantes. Então me assustei quando me deparei com uma cidade em que tudo era muito primitivo e interiorano, mas acabei apaixonado”, revela.
Segundo o músico, a vida na Capital argentina era sempre muito agitada e estressante, bem diferente do mar, das frutas, do clima e dos habitantes encantadores que conheceram por aqui.
Hoje aposentado, Hector diz ainda que ajudou a fazer do Departamento de Música da UFPB em uma das referências do Brasil, e que no Governo Burity a Sinfônica da Paraíba foi talvez a melhor e mais respeitada do país. “Fiz muito por esta terra e hoje eu só quero descansar e aproveitar minha aposentadoria”, explica. “Agora que vem o melhor da vida eu quero viver este momento especial na cidade que escolhi para viver”, completa ele, que tratou de adquirir a cidadania brasileira para se sentir ainda mais pessoense.
Giuliana, a esposa italiana, tem uma relação tão ou mais interessante com João Pessoa. Vinda da cidade de Massa-Carrara, da região de Toscana, ela viu algumas semelhanças entre as duas cidades. “Tanto minha terra natal como João Pessoa são praianas e turísticas, mas ainda assim calmas”, destaca.
Ela explica que a cidade tem uma “dimensão humana acolhedora, de pessoas maravilhosas”. E que além do clima, das belas praias e da paz que encontrou na Paraíba, outros detalhes lhe fizeram se fixar em terras pessoenses. “Abacaxi, água de coco, maracujá, mangaba, goiaba, mamão, pinha. São símbolos magníficos da culinária tropical de João Pessoa e que até então eu não conhecia. Isto tudo foram novidades que me deleitam até hoje”, enfatiza.
Atualmente, ela é presidente da Associação Danti Aligheri na Paraíba, uma espécie de Casa da Itália que existe nas principais cidades do globo e que tem o objetivo de difundir a língua e a cultura italianas pelo mundo. Há seis anos, ela foi nomeada também como correspondente consular da Itália na Paraíba, com o papel de ajudar italianos que visitam o Estado e, em contrapartida, ajudar os cidadãos brasileiros que queiram morar, estudar, trabalhar ou se transferir para a Itália.
“Adoro o meu país e minha terra natal e constantemente eu visito a Itália, mas para morar eu escolhi João Pessoa e daqui eu não pretendo me mudar”, conclui a italiana, que morou na Argentina, mas que se declara “apaixonada” por João Pessoa.
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