VIDA URBANA
Preso acusado de atirar em mulher
Bacharel em Direito José Itamar Montenegro foi preso por ter atirado no rosto da namorada; ele também responde a um processo por abuso sexual.
Publicado em 30/04/2014 às 6:00 | Atualizado em 29/01/2024 às 12:26
"Um homem bem relacionado, mas que dentro de casa se transforma em um monstro". Foi assim que a delegada de homicídios Roberta Neiva definiu o bacharel em Direito José Itamar Montenegro, acusado de dar um tiro no rosto da namorada, a também bacharel em Direito Érica Vanessa Lira.
Ele foi preso na tarde de ontem na Central de Polícia de João Pessoa e encaminhado para o 5º Batalhão de Polícia Militar. O crime aconteceu na última quinta-feira, e desde então a vítima está internada no Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa, em estado grave.
José Itamar Montenegro, que costumava se apresentar como advogado, mas não possui registro na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), estava foragido desde que o crime foi cometido.
Ao meio-dia de ontem ele se apresentou espontaneamente na Central de Polícia, acompanhado de dois advogados.
“Ele achava que iria responder ao interrogatório e iria embora, mas a delegada Roberta Neiva já havia conseguido um mandado de prisão para ele”, contou Wagner Dorta, superintendente da Polícia Civil da capital.
De acordo com a delegada de homicídios Roberta Neiva, em seu depoimento José Itamar alegou que o disparo da arma foi acidental e ocorreu durante uma luta corporal entre ele e a namorada. O bacharel em Direito disse ainda que a namorada era muito forte, pois treinava boxe e malhava muito.
Para Wagner Dorta, a alegação do acusado não tem fundamento, uma vez que o tiro foi certeiro e bem na face de Érica, que tem 31 anos. “A versão apresentada por ele diverge do perfil traçado até agora”, completou Roberta Neiva. A delegada destacou também que quando um ente querido está entre a vida e a morte a reação das pessoas geralmente é comentar o quanto aquela pessoa é boa e especial, mas no caso de José Itamar ele apenas falava que a namorada tinha um temperamento muito difícil e o atormentava por ciúme.
Outro ponto que não se encaixa na versão de acidente é o fato de o acusado ter fugido do local do crime levando a arma usada e deixando para trás a namorada ferida sem nem pedir socorro. “A polícia e o Samu chegaram ao local porque foram chamados por vizinhos que ouviram barulho no apartamento”, afirmou Wagner Dorta.
O acusado relatou à delegada que jogou fora a arma que efetuou o disparo, nas proximidades da Igreja Cidade Viva, no Bessa, no entanto, o revólver não foi localizado. Segundo a delegada Roberta Neiva, uma coisa que chamou a atenção é que duas ex-mulheres do acusado se apresentaram espontaneamente na delegacia para relatar que José Itamar Montenegro sempre apresentou um comportamento violento. As mulheres contaram sobre agressões físicas e morais que teriam sofrido do ex-marido, além de lesões ao patrimônio.
O acusado responde ainda processo de abuso sexual contra uma criança, filha de uma de suas ex-mulheres, que na época era sua enteada. “Hoje ela tem 12 anos, na época da violência acredito que tinha menos de 10”, disse Wagner Dorta.
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