José James à beira-mar

A crítica estrangeira não poupou elogios a The Dreamer, CD de estreia de um promissor cantor norte-americano. No disco, lançado em 2008, José James destilava toda sua malemolência em um repertório de dez faixas autorais com jazz, soul e pitadas de bases eletrônicas, música pop moderna, sensual e envolvente, produzida por um jovem que cresceu ao som de Prince, hip-hop e jazz moderno.

O soul e o jazz continuaram preponderantes nos álbuns seguintes. Em Blackmagic (2010), ele acrescentou um pouco mais de experimentalismo eletrônico e hip-hop, sem descuidar de certas baladas hormonais. Mas na sequência, voltou-se completamente ao jazz clássico. O elegante For We Know (2010), dueto acústico com o pianista Jef Neve, trouxe apenas standards do quilate de ‘Autumn in New York’ e ‘Body and soul’.

Nascido no Minneapolis, mas criado em Nova York, o cantor, hoje com 33 anos, é dono de um timbre único, sedutor, capaz de provocar arrepios até no lóbulo da orelha. Já rodou o mundo com sua música sedutora e esta semana desembarca no Brasil, em sua segunda vinda ao país.

A turnê começa aqui perto, em Pipa (RN), já na próxima sexta-feira. James estrela a programação da terceira edição Bossa + Jazz Festival. Depois, segue para Viçosa (MG), São Paulo (SP) e volta a Minas, desta vez para Juiz de Fora, encerrando a tour.

“Eu amo o Brasil!”, exulta José James em entrevista ao JORNAL DA PARAÍBA, por e-mail. “A música, a dança – é uma bela cultura. As praias são lindas e eu estou ansioso para conhecer novos lugares e encontrar pessoas novas”.

Mesmo sem ter nenhum dos seus três álbuns lançados no Brasil, James conta, no e-mail, a responsabilidade de voltar a se apresentar no país. “O público no Brasil é fantástico – verdadeiro amante da música. Eu espero me divertir bastante e compartilhar muitas músicas novas”.

Isso porque o repertório que ele leva a Pipa – em sua primeira, e até agora única, apresentação no Nordeste – contempla canções de seus dois primeiros álbuns, mais algumas faixas do próximo trabalho, No Begging No End, previsto para ser lançado em janeiro do ano que vem, desta vez pelo prestigiado selo de jazz Blue Note.

“Irei mostrar músicas novas, com uma banda fantástica. Também algumas canções de The Dreamer e Blackmagic – incluir tudo que soa bacana e sexy”, comenta. Em Pipa, James canta em uma estrutura montada à beira-mar. Ao ser perguntado o que acha de trocar os palcos dos clubes pela brisa da praia, ele responde: “Eu acho que a natureza nos afeta bastante – na água, com o sol, você se sente relaxado e sexy. Será fantástico! Ainda mais com o barulho do mar é perfeito! Estou ansioso”.

O 3º Bossa + Jazz Festival começa quinta-feira e terá 12 atrações entre nomes nacionais e internacionais. Os destaques são José James, o guitarrista Coco Montoya (ex-integrante do Bluesbreakers de John Mayall) e o lendário grupo Os Cariocas.

Toda a programação é gratuita. Mais informações no site do festival.