'Hora Mais Escura' estreia em JP

O título original de A Hora Mais Escura (Zero Dark Thirty, EUA, 2012), única estreia em João Pessoa nesta sexta-feira, seria Kill Bin Laden, o que resume bem a ‘fratura’ da História recente dos Estados Unidos que a nova produção dirigida pela Kathryn Bigelow pretende radiografar.

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Depois de Guerra ao Terror (2008), vencedor de seis Oscars (incluindo Melhor Filme e Diretor), filme sobre um esquadrão antibombas do exército estadunidense em ação no Iraque, seria bastante conveniente a cineasta enveredar por um tema mais pretensioso: a caçada ao terrorista mais procurado do mundo.

O resultado é que o longa-metragem concorre em cinco categorias do Oscar 2013, incluindo Melhor Filme, Diretor, Roteiro e Atriz (Jessica Chastain, de A Árvore da Vida).

Assim como o documentário de Michael Moore, Fahrenheit 11 de Setembro (2004), a diretora optou por não mostrar as desgastadas imagens dos ataques terroristas sofridos pelos Estados Unidos em 2001, dando ênfase apenas aos registros em áudio.

A busca pelo líder da Al Qaeda nos leva a Maya (Chastain), uma agente da CIA que está por trás dos principais esforços em capturar Bin Laden por ter descoberto os interlocutores do terrorista.
Interessante frisar que A Hora Mais Escura já estava sendo escrito por Mark Boal (que assina também Guerra ao Terror) antes mesmo da morte de Bin Laden. O roteirista tinha acesso às atividades da mesma equipe de oficiais a quem coube executar o terrorista.

Depois da invasão do território paquistanês para capturar o líder talibã, Boal mudou o final, acrescentando cerca de 30 minutos da missão, que serve mais como curiosidade para observar a detalhada recriação da investida.

Esse capítulo histórico também mudou o título do filme. No original, 'Zero dark thirty'é um termo usado pelas forças armadas estadunidenses para se referir a uma hora não especificada da madrugada em que o céu ainda está todo escuro para um ataque.
O filme é 'burocrático': Bigelow nos mostra uma ou outra sequência de tensão entre as conversas, frustrações e investigações de Maya e equipe.

Jessica Chastain tem os seus momentos, mas não alcança uma maior profundidade como o protagonista de Guerra ao Terror.