VIDA URBANA
Falta de remédios em USFs de Bayeux é rotina para população
Pacientes relatam que acabam comprando medicamentos em farmácias por não conseguirem os produtos em unidades de saúde.
Publicado em 15/11/2015 às 14:00
De cabeça baixa, a aposentada Maria de Lourdes Medeiros deixa a Unidade de Saúde da Família do Baralho, em Bayeux, Região Metropolitana de João Pessoa. Ao conversar com o JORNAL DA PARAÍBA, ela não esconde a decepção de mais uma vez voltar para casa sem o remédio para uma ferida que cresce na perna esquerda. Sem alternativa, sai da USF direto para uma farmácia, onde tem que pagar pela pomada receitada pelo médico.
Dona Lourdes não chega a reclamar da realidade da USF. É como se não tivesse esperança de que as coisas têm que melhorar, de que o serviço público deve ter qualidade. “E tem jeito, por acaso?”. Com a receita em mãos, ela disse que a falta de medicamentos na unidade é uma constante. Também parece não haver preocupação de informar aos usuários quando a situação será normalizada. “Só dizem que não tem e ponto final”, declarou. Falta ainda nebulizador e a materiais odontológicos.
Quem também reclama é Maria do Nascimento. Hipertensa, ela não pode ficar sem o remédio (que na farmácia custa cerca de R$ 15). No entanto, há três meses o remédio que ela toma está em falta há quase quatro meses. As expressões de Maria demonstram insatisfação, e um pouco de tristeza. “É triste saber que pagamos impostos e não temos nem acesso à saúde”, reclamou.
Na Constituição Federal do Brasil, a saúde aparece como um direito social, ao lado da educação, trabalho, moradia, etc. É um direito fundamental inerente a todo cidadão, sem distinção de sexo, cor ou idade. Contudo, na prática, há um claro desrespeito a esse direito.
Em outra unidade de saúde de Bayeux – Sesi II – os problemas são semelhantes. Mas, conversando com Fátima Alves, usuária da unidade, outra reclamação aparece. “O atendimento da médica é péssimo. Ela trata o paciente muito mal, eu me sinto constrangida”, disse. Os servidores se recusaram a informar o nome da médica, o que limita as acusações – pelo fato da profissional não ter como se defender nesta reportagem.
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