COTIDIANO
Voto suado: eleitores enfrentam filas mesmo com antecipação
Teme-se que as pessoas resistam a grandes filas, ao possível mau tempo ou esqueçam de votar no último dia
Publicado em 04/11/2008 às 19:37
Caroline Marques, dos EUA especial para o Paraíba 1
Finalmente chegou o dia das eleições presidenciais dos Estados Unidos. Obama ou Mccain? Apesar das últimas pesquisas apontarem vitória para o candidato afro-americano, nada ainda está seguro. Afinal, o resultado das eleições norte-americanas já surpreendeu em anos anteriores, especialmente na disputa Bush x Al Gore em 2000, em que este ganhou maioria dos votos populares, mas não venceu devido aos votos do colégio eleitoral.
Para deixar um pouco mais claro, em quase todos os Estados quem obtiver a maioria dos votos ganha todos os votos do colégio eleitoral daquele local (“the winner takes it all”, o vencedor leva tudo, como eles chamam). Cada Estado tem peso diferente, estabelecido de acordo com a sua população. As exceções são Nebraska e Maine, Estados muito pequenos. Nebraska tem três distritos eleitorais e o candidato mais votado em cada um deles leva um voto, e o mais votado no total leva mais dois. Maine segue o mesmo sistema, mas tem apenas dois distritos.
Portanto, mesmo que o total de votos da populaçao dê vitória para um candidato, ele só ganha se a quantidade de “pontos” que ele obtiver no final for maior que a do seu adversário. No país inteiro existem 538 representantes do colégio eleitoral. O vencedor será aquele que conseguir no mínimo 270 votos.
Em alguns Estados foi possível votar antes do dia D. Na Carolina do Norte, por exemplo, as urnas foram abertas semanas antes. Graças a isso, 2,5 milhões de eleitores já tinham votado antes de hoje, o que representa 40% dos total de eleitores do Estado, a maior quantidade desde que o voto antecipado foi permitido na Carolina do Norte em 2000. Apesar dessa antecipação, os votos ficam guardados e só podem ser contados no último dia.
Para Portia Willians, que trabalha como supervisora de atendimento em hotel, o voto antecipado é algo arriscado. “Eu acho que eles vão bagunçar com os votos, guardar os que são dos candidatos que eles apóiam e jogar fora os que não lhes interessam”, afirmou.
Já Robin Wells, juiz-chefe de um posto eleitoral em Chapel Hill, diz que não consegue se imaginar votando no último dia. “Voto antecipado dá a você a oportunidade de resolver tudo, caso haja algum problema”, argumenta.
Como o voto nos Estados Unidos não é obrigatório, teme-se que as pessoas resistam a grandes filas, ao possível mau tempo ou esqueçam de votar no último dia. Por isso, aqui a campanha tem dois propósitos: promover o candidato e fazer com que as pessoas votem antecipadamente.
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