VIDA URBANA
Acusados da morte de Asfora são absolvidos
Viúva da vítima, e o fotógrafo Marcelo Marcos da Silva,estavam sendo acusados de envolvimento na morte do político, ocorrida há 26 anos.
Publicado em 22/03/2013 às 6:00
Após sete horas de julgamento, os acusados da morte do ex-vice-governador da Paraíba Raimundo Asfora foram absolvidos ontem, por maioria dos votos dos jurados. Gilvanete Vidal de Negreiros, de 60 anos, viúva da vítima, e o fotógrafo Marcelo Marcos da Silva, de 68 anos, estavam sendo acusados de envolvimento na morte do político, ocorrida há 26 anos. O caso tinha um terceiro acusado, o caseiro João da Costa, mas ele faleceu.
Segundo explicou o juiz Alberto Quaresma, que presidiu o júri, os jurados entenderam por acompanhar a tese da defesa, que foi de negativa de autoria. Ele explicou também que, com as mudanças da lei, apesar do júri ser composto por sete jurados, com a revelação dos votos dos quatro primeiros já se tem o resultado.
O julgamento, que aconteceu no 2º Tribunal do Júri do Fórum Affonso Campos, em Campina Grande, teve debate entre acusação e defesa e se baseou nos estudos dos 14 volumes do processo. Pela manhã, houve a exibição de vídeos solicitados pelo Ministério Público e pela defesa.
O vídeo com duração de cerca de 50 minutos foi uma gravação do programa Linha Direta, da Rede Globo, exibido na década de 90, anos após a morte de Asfora. O material apresentado trouxe informações e depoimentos de amigos, familiares, autoridades e peritos que acompanharam o caso.
Um áudio também relembrou uma entrevista concedida pelo filho da vítima, Gilbran Asfora, pedindo a absolvição dos acusados.
Em seguida, os réus Gilvanete Vidal de Negreiros Asfora e Marcelo Marcos da Silva foram interrogados. O promotor Oswaldo Lopes sustentou a tese de que Raimundo Asfora não cometeu suicídio e que o crime teve viés político, tendo sido premeditado, mas reconheceu que não havia provas diretas contra os acusados.
Ele apresentou a transcrição da gravação de uma conversa telefônica, feita sem autorização judicial, na qual um delegado conta a um filho de Asfora e amigos durante uma festa que “sabia de todo o complô para matar o ex-vice-governador, a mando de gente do alto escalão, mas não podia fazer nada porque senão morria também”. Segundo a gravação, dois policiais militares seriam responsáveis pelo assassinato, mas todos os supostos envolvidos estão mortos, o que inviabiliza a reabertura do caso.
A gravação consta nos autos, mas não é considerada como prova, porque não foi feita de forma legal.
Diante da insuficiência de provas diretas contra Gilvanete e Marcelo, os jurados decidiram pela segunda absolvição dos acusados, que já haviam sido inocentados no primeiro julgamento do caso, que foi anulado posteriormente. O representante do Ministério Público salientou que não vai recorrer da decisão. “Um caso que já teve tantas vírgulas, agora chegou ao ponto final”, ressaltou o promotor. Para o juiz Alberto Quaresma, “o veredicto do júri é soberano e representa o desejo da sociedade”. (Colaborou Artur Augusto)
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