Vendas no Dia das Mães ficam abaixo do esperado e crescem só 1%

O varejo paraibano não atingiu as metas de vendas para o Dia das Mães. Segundo o presidente da Federação das Associações Comerciais da Paraíba, Alexandre Moura, o volume percebido de vendas só chegou a 1% de alta, mas a expectativa de crescimento anterior à data era de 3%.

Em Campina Grande, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-CG), Artur Almeida, disse que o volume de compras no período alcançou apenas a metade do previsto (1,5%). “A data foi afetada pela conjuntura econômica. A inflação em alta tira o poder de compra do consumidor e a inadimplência tira consumidores das vendas a prazo. A data é a segunda melhor do ano e isso é preocupante, mas considerando que no país a média foi de retração, estamos ainda melhor do que muitos Estados”, afirmou.

O indicador calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) apontou que o volume de vendas parceladas na semana anterior ao último domingo (entre 3 e 9 de maio) caiu 0,59% comparado aos sete dias que antecederam a mesma data. O número representa a segunda maior queda em seis anos de série histórica.
Já o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de João Pessoa (CDL-JP), Eronaldo Maia, disse que esperava alta de 3%, no entanto não tinha consolidado o balanço. “Acredito que atingimos nosso objetivo”.

As vendas do Dia das Mães nos shoppings do país também mostraram o menor crescimento em sete anos, de acordo com a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop). O crescimento ficou entre 0,5% e 1%, conforme a associação.
Alexandre Moura revelou que representa "apenas um balanço inicial, mas a Paraíba chegou no máximo a 1% de expansão sobre o ano passado. Uma das vantagens é que, no Estado, o setor público é um grande gerador de renda e vem pagando em dia. Mas a inflação vem corroendo o salário”. No comércio, enquanto uns lojistas comemoram vendas além das projeções, outros lamentam a retração.

“Esperávamos uma alta entre 10% e 20% sobre o mesmo período do ano passado, mas infelizmente ficou em apenas 3%. Acredito que o desempenho pode ser atribuído à situação econômica. Teve gente que deixou a data passar em branco. Pelo menos não tivemos queda, como ocorreu em algumas lojas”, ressaltou a gerente de uma loja de vestuário de João Pessoa que não quis se identificar.

Alexandre Moura também previu que o ticket médio de compras foi menor em 2015. Isso foi demonstrado neste fim de semana. Em alguns estabelecimentos os presentes mais caros foram substituídos por lembrancinhas. Uma franquia de cosmético na capital paraibana esgotou seu estoque de sabonetes, enquanto os kits mais caros ficavam estampados nas vitrines.

O gerente das Casas Chang, loja de artigos diversos, José Fernando de Sousa, afirmou que este ano as pessoas não investiram muito na hora de homenagear as mães. “As pessoas compraram os artigos mais baratos. Esperávamos um aumento de 5%, mas com certeza o volume foi menor”.

OUTRA REALIDADE
No outro contraponto, o subgerente da Casa Pio, Luiz Carlos de Souza Ferreira, contou que as vendas foram além do esperado. “Dos 30% estimados, chegamos a 40% de alta sobre 2014”. A gerente da loja de vestuário Maria Filó, Arinéia Bulhões, também comemorou o crescimento na demanda. “Esperávamos cerca de 10% de crescimento, mas a procura superou a expectativa e chegou a 18%. Acredito que o bom desempenho foi por conta das ações promocionais”.