VIDA URBANA
Cerca de 500 curetagens são realizadas por ano, revela SES
Estes procedimentos são feitos em mulheres que abortaram, de forma espontânea ou não.
Publicado em 18/11/2012 às 12:00
Não existem dados oficiais sobre o número de abortos realizados na Paraíba. No entanto, segundo a SES, cerca de 500 curetagens são realizadas por ano. Estes procedimentos são feitos em mulheres que abortaram, de forma espontânea ou não.
Deste total, pelo menos, 50 foram executados em mulheres que usaram algum tipo de medicamento para provocar o aborto.
O obstetra e presidente do Comitê Estadual de Combate à Mortalidade Materna, Eduardo Sérgio Soares Souza, explica que os abortos são a quarta maior causa de óbito materno na Paraíba . Segundo ele, esses problemas só matam menos que a hipertensão, hemorragias e as infecções que aparecem durante o parto ou puerpério (período de até 42 dias após o parto).
O especialista, que possui 25 anos de experiência em obstetrícia, destaca, no entanto, que os óbitos causados por mortes estão recuando. “Antes, as mortes eram mais frequentes por causa dos métodos usados pelas mulheres: elas usavam objetos cortantes, que perfuravam órgãos como bexiga e intestino. Hoje, os métodos abortivos são medicamentosos”, explica.
Outro fator que reduziu a quantidade de mortes é a melhoria da assistência médica e também o tratamento que as mulheres recebem quando procuraram os hospitais. “O próprio Ministério da Saúde criou normas para garantir que as mulheres tenham um tratamento humanizado nas unidades de saúde, independente do aborto ter sido natural ou provocado”, disse o médico.
“O Comitê de Combate à Mortalidade também tem feito um trabalho para conscientizar os profissionais de saúde. Na hora do atendimento, a mulher deve receber a melhor assistência, mesmo que tenha provocado o aborto. Opiniões pessoais não devem influenciar nesse trabalho”, acrescentou.
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