Filmes de Clint Eastwood e Almodóvar estreiam em JP

Renato Félix
Do Jornal da Paraíba

Clint Eastwood completa 80 anos em maio e há muitos deixou de ser conhecido como um cowboy do cinema. É um autor do primeiro time e mantém uma fase praticamente irretocável desde Sobre Meninos e Lobos (2003).

Agora, no ano em que a Copa do Mundo será disputada na África do Sul (e pela primeira vez no continente africano) e se completam 20 anos da libertação de Nelson Mandela, ele volta suas lentes para um momento decisivo na história do líder e do país, em Invictus (Invictus, Estados Unidos, 2009, estreia nesta sexta-feira, 29, em JP).

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A história se passa com Mandela recentemente eleito presidente da África do Sul, em 1995. Com as feridas do apartheid ainda bem abertas, ele planejou usar o fato de que o país estava sediando a Copa do Mundo de rugbi, esporte popular por lá, mas de elite, para diminuir a separação entre negros e brancos - e, em última instância, unir um país que ainda estava separado pela cor. Para isso, pede ao capitão da seleção sul-africana, o branco François Pienaar, algo impensável: que a equipe vença a Copa.

O filme é uma vitória pessoal de Morgan Freeman, que havia muito tempo tentava interpretar Mandela desde que o próprio afirmou que Freeman seria o único ator que poderia fazê-lo. Tentou viabilizar a adaptação da biografia de Mandela, e ficou amigo do líder sul-africano. Acabou nesta adaptação do livro Conquistando o Inimigo - Nelson Mandela e o Jogo que Uniu a África do Sul, de John Carlin.

O título Invictus também é o título de um poema do britânico William Ernest Henley, de 1875, que Nelson Mandela lê no filme. É um indício de uma sutileza que é a marca principal de Eastwood como diretor, seja em faroestes ou em dramas como este.

Penélope Cruz e Almodóvar juntos em novo filme

Um novo filme de Pedro Almodóvar com Penélope Cruz (em grande fase) é sempre motivo para ficar atento. Abraços Partidos (Los Abrazos Rotos, Espanha, 2009, estreia nesta sexta-feira, 29, em JP) é a quarta colaboração entre os dois, embora Pe só tivesse sido protagonista mesmo na terceira, em Volver (2006).

Agora ela é a atriz que é musa de um diretor (Lluís Homar) que sofreu um acidente e ficou cego. Depois disso, perdeu a amada, a memória e virou roteirista, mas ao socorrer o filho de uma amiga acaba mostrando que lembra bem de detalhes do passado e do acidente que sofreu.

Almodóvar mistura novamente drama e elementos do policial e do suspense, como em Volver (2006) e Carne Trêmula (1997). Há um segredo no ar separando os dois tempos da narrativa e elementos de metalinguagem onde Almodóvar declara seu amor não só por sua musa atual quanto pelo próprio cinema.