ECONOMIA
Valor da conta de luz deve ser reduzido em apenas 1%
Segundo ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, redução é um primeiro passo para começar a baixar as contas.
Publicado em 12/08/2015 às 6:00
A conta de luz deve ganhar o primeiro alívio deste ano a partir de setembro. O governo anunciou ontem que no próximo mês haverá uma redução no preço da energia, que ficará próxima de 1%, segundo estimativa do setor. A presidente Dilma Rousseff disse que o governo vai começar a reduzir o valor da bandeira vermelha -tarifa adicional que é aplicada nas contas de luz quando há muita geração de energia por termelétricas, que é mais cara.
A previsão é que o valor da bandeira vermelha caia cerca de 15%, passando dos atuais R$ 5,50 por 100 kWh (quilowatts-hora) consumidos para entre R$ 5 e R$ 4,50. A redução foi possível porque na semana passada o governo mandou desligar 21 térmicas. Com isso, haverá uma economia de R$ 5,5 bilhões até o fim deste ano.
O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, explicou que a redução é um primeiro passo para começar a baixar as contas. Mas, segundo ele, não há segurança para reduzir o nível da bandeira para amarela (o que custaria R$ 2,50 por kWh) ou verde (quando não há cobrança). É necessário primeiro que os reservatórios de Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste encham no próximo período molhado (a partir de outubro) e novas usinas e redes de distribuição fiquem prontas no tempo previsto, para que entre mais energia de custo baixo no sistema. Essas obras têm atrasado rotineiramente.
BANDEIRAS
As bandeiras amarela e vermelha são tarifas pagas a mais pelos consumidores quando há nível elevado de geração de energia por termelétricas. Como o custo de gerar por térmicas (média acima de R$ 400 por Megawatt/hora) é maior que o de gerar por hidrelétricas (média abaixo de R$ 100 por Megawatt/hora), o consumidor paga a diferença. Caso não houvesse uso de térmicas, ou se ele fosse pequeno, a bandeira seria verde, sem aumento de custo para o consumidor.
RISCO NULO
Para seis especialistas em energia elétrica e hidrologia ouvidos pela reportagem, há consenso de que a atividade econômica em queda torna o risco de desabastecimento ao longo de 2016 é quase nulo, já que a demanda vai cair.
PLANO RECICLADO
Em anúncio, o governo reempacotou projetos para criar o Programa de Investimento em Energia Elétrica. A promessa é lançar até 2018 leilões de usinas de energia que seriam capazes de gerar entre 25 mil e 31 mil MW, além de 38 mil km de linhas de transmissão. As sete principais hidrelétricas previstas, por exemplo, já foram estudadas e estão há alguns anos nos planos do governo. A construção delas, estimada em R$ 40 bilhões, estava em plano de 2014.Em fevereiro, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) havia aumentado em 83% a tarifa extra na bandeira vermelha, que passou de R$ 3 para R$ 5,50 a cada 100 kilowatt-hora (kWh) consumidos.
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