icon search
icon search
home icon Home > cultura
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
Compartilhe o artigo
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
compartilhar artigo

CULTURA

Sob a espada do fanatismo

Atentado à revista francesa 'Charlie Hebdo' é um dos casos em que a liberdade é solapada pelo terrorismo religioso.

Publicado em 09/01/2015 às 6:00 | Atualizado em 01/03/2024 às 11:44

"Eu estou com Charlie Hebdo, como todos devemos estar." A declaração do escritor Salman Rushdie, publicada no Wall Street Journal após o atentado que matou 12 pessoas, entre elas quatro cartunistas da revista francesa, na quarta-feira, reflete um sentimento de comoção e solidariedade despertado por mais uma tragédia decorrente do fanatismo religioso.

Não é a primeiro caso. No final da década de 1980, o próprio Rushdie sofria com a intolerância após o lançamento de seu livro Os Versos Satânicos (publicado no Brasil pela Cia. das Letras, em tradução de Misael H. Dursan). No romance, dois atores indianos sobrevivem à queda de um avião após um ataque terrorista.

Considerada ultrajante pelos Estado islâmico, com suas supostas invectivas contra o profeta Maomé, a obra foi proibida em países muçulmanos e Rushdie foi condenado à morte pelo Aiatolá Khomeini (1902-1989).

O autor, que é indiano e radicou-se na Inglaterra na adolescência, passou a viver escondido, sob proteção policial.

Na década de 1990, o então tradutor japonês de Rushdie, Hitoshi Igarashi (1947-1991), foi esfaqueado em seu escritório na Universidade de Tsukuba, onde era professor associado de cultura islâmica comparada.

Vários outros tradutores e editores d'Os Versos Satânicos também tiveram suas vidas marcadas por perseguições e ameaças, entre eles o norueguês William Nygaard, que sobreviveu com ferimentos graves a uma tentativa de assassinato, em 1993.

Até hoje, Rushdie não se acovarda diante da antipatia que sua literatura provoca e segue na linha de frente contra o extremismo religioso. "A religião, uma forma medieval de desrazão, quando combinada com armamentos modernos se torna uma ameaça real a nossas liberdades", opinou no Wall Street Journal, defendendo a arte da sátira que, segundo ele, "sempre foi uma força a favor da liberdade contra a tirania, a desonestidade e a estupidez."

A capa de ontem do Charlie Hebdo, a primeira após o sangrento ocorrido em Paris, estampa uma caricatura do escritor Michel Houellebecq, cuja 6ª ficção chama-se Soumission ("Submissão", em referência a uma das acepções da palavra "Islã"), outro título que vem incitando o debate e acirrando ainda mais os ânimos.

Imagem

Jornal da Paraíba

Tags

Comentários

Leia Também

  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
    compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp