VIDA URBANA
Isea registra alto número de cesarianas em 2013
Ao todo foram feitos 2.139 partos desse tipo, o que corresponde a 40% dos 5.399 procedimentos realizados em 2013.
Publicado em 15/08/2014 às 6:00 | Atualizado em 07/03/2024 às 15:56
O alto número de mulheres que optaram por se submeter a cesarianas em 2013 ligou o sinal de alerta no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (Isea), em Campina Grande. Ao todo foram feitos 2.139 partos desse tipo, o que corresponde a 40% dos 5.399 procedimentos realizados no ano passado. Já os partos normais somaram 3.260. Essa grande quantidade de cirurgias é mais do que o dobro do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que tolera apenas 15% dos nascimentos através de parto cesária.
De acordo com Marta Albuquerque, diretora geral do Isea, a quantidade de partos de alto risco que são realizados na unidade já supera o número indicado pela OMS, o que tem forçado a casa de saúde a buscar alternativas para a partir desse ano diminuir o número de mulheres que preferem o parto cesária ao normal. “O índice do nosso alto risco está em 20% do total dos partos. Já é grande, e precisamos baixar sumariamente. Temos encontrado muitas dificuldades, mas com um trabalho a longo prazo poderemos chegar ao que a OMS recomendada”, disse.
Essas dificuldades apontadas por Marta Albuquerque vão desde a opção prévia feita pela mulher, a até casos de ações na Justiça que obrigam a unidade de saúde a realizar a cesária em gestantes que podem passar por parto normal. “Algumas mães vão até a Justiça cobrar esse direito de fazer a cesária. Isso vai desde a pressão da família, ao desconhecimento dos benefícios do parto normal, e a cultura de cada mulher. Nós estamos buscando alternativas para informar melhor as mães que a cesária só deve ser feita se houver algum problema com ela, ou com o bebê, o que será recomendado pelo médico”, explicou a médica.
Alguns dos fatores que levam os médicos a recomendar a realização de uma cesária são: alta frequência cardíaca do bebê, descolamento de placenta, eclâmpsia, entre outros.
Mesmo assim, Marta Albuquerque afirmou que na maioria dos casos as mulheres levam em consideração apenas a opção por não sentir dor durante o trabalho de parto e o nascimento do bebê. “Não temos uma parcial de números desse ano, mas é possível que seja alto, bem próximo ao do ano passado. Um parto normal pode levar até 12 horas para ser realizado, e muitas mulheres não querem sentir dor. Por isso optam pela cesária, que é mais cômoda. Se nosso índice desse tipo de parto já é alto, em maternidades particulares chega a ser maior ainda”, acrescentou.
Ana Vitória Gomes, 34 anos, moradora do bairro do Catolé, em Campina Grande, se enquadra nesse grupo de pessoas apontado pelo diretora do Isea. Segundo a funcionária pública, a opção por realizar a cesária em um hospital particular foi por fazer a cesária e não sentir dor, além de também pensar que daria mais segurança ao filho, evitando que ele tivesse alguma complicação durante o parto. “A gente sempre tem algum medo de que algo de ruim possa acontecer durante o parto. Mas, eu optei mesmo por ser mais rápido e também por evitar sentir dores durante várias horas”, reconheceu.
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