VIDA URBANA
Comitê quer previnir acidentes com moto
Publicado em 27/09/2014 às 10:09
O Departamento Estadual de Trânsito da Paraíba (Detran-PB) vai propor ao governo do Estado a implantação do Comitê de Prevenção de Acidente de Moto (CPAM), que deverá atuar de forma integrada com os demais órgãos de trânsito objetivando a redução dos índices de mortalidade provenientes de acidentes envolvendo ciclomotores. O Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran), da Polícia Militar, também executará ações de prevenção e educação aos motociclistas, por meio de projeto piloto da Divisão de Educação de Trânsito (DET).
Segundo o chefe da Divisão de Policiamento do Detran-PB, César Urach, o Comitê de Prevenção de Acidente de Moto (CPAM) envolverá diversas ações, como o controle estatístico dos acidentes nos principais locais e horários, educação - em relação ao chamamento de responsabilidade das vítimas, condutores e sociedade civil organizada -, bem como um endurecimento maior nas fiscalizações, de forma integrada entre todos os órgãos de trânsito, buscando o mesmo resultado que é salvar vidas.
“É um programa que já existe em em outros Estados, como em Pernambuco, mas a nossa intenção é integrar os órgãos operativos, de saúde e educação para realizar reuniões mensais, afim de conseguir centralizar todos os resultados dos trabalhos individuais e coletivos das parcerias, por meio de relatórios, de modo que poderemos detectar as ações que possam minimizar o problema”, explicou.
César Urach disse que o comitê ainda é uma proposição, que será encaminhada brevemente ao Governo do Estado, para que seja aprovado como programa de governo, “para termos maior respaldo entre as equipes que serão convidadas para o compor”. “No entanto, enquanto isso não é efetivado, no Detran-PB já estamos implantando ações nesse sentido e com esse modelo”, afirmou.
Já o comandante do Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran), coronel Paulo Almeida Martins, disse que irá implantar uma célula da Divisão de Educação de Trânsito (DET) no Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa.
“Nós já temos esse trabalho em andamento em escolas em todo o Estado, particulares e públicas. Então, estamos estendendo-o para o Trauma porque vemos a necessidade dessa ação educativa e preventiva, pois muitos dos acidentados que receberam o atendimento hospitalar acabam retornando meses depois por problemas idênticos e a DET vai reeducar nesse sentido, tentando mudar essa cultura para que não retornem ao leito hospitalar”, declarou.
Inicialmente, a célula da DET vai contar com oito policiais militares em períodos de folga.
TRAUMA
Somente de janeiro a agosto deste ano, o Hospital de Trauma da capital realizou 4.231 atendimentos a vítimas de acidentes de motocicleta, 14,4% a mais que no mesmo período do ano passado, quando houve 3.696 pacientes, segundo a direção da unidade.
De acordo com o diretor do hospital, Edvan Benevides, a proposta da unidade para diminuir os índices de atendimentos e óbitos de vítimas de acidentes envolvendo motocicletas, é por meio da educação e prevenção, com a participação do próprio motoqueiro, já que cerca de 55% dos que se acidentaram retornam meses depois com um novo acidente, muitas vezes mais grave, resultando no óbito.
“A motocicleta se tornou um problema de saúde pública, representado pela quantidade de pacientes em área de emergência. Os dois hospitais de referência na capital (HTOP e o Trauma) têm 330 leitos, dos quais 170 estão ocupados por pessoas que se encontram internadas vítimas de acidentes de moto. É preciso haver a prevenção de acidentes”, pontuou.
NÚMEROS
8.491 foi o número total de acidentes de trânsito na Paraíba, em 2013
Sendo 5.675 envolvendo motocicletas
De janeiro a agosto desse ano já foram 6.078 acidentes
Destes, 4.231 foram com motos, quase o total de todo o ano passado na mesma modalidade
Fonte: Sistema SITS, segundo Trauma de João Pessoa
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