Juiz quer saber se dinheiro foi para campanha de governador

O juiz Tércio Chaves, que assumiu a Corregedoria do Tribunal Regional Eleitoral, determinou a realização de uma perícia contábil no processo do caso Cuiá, que apura a existência de um suposto caixa dois na campanha do governador Ricardo Coutinho (PSB) nas eleições de 2010. Ele designou para o próximo dia 8 o início dos trabalhos, que deverão ser concluídos no prazo de 30 dias. O caso envolve a desapropriação da fazenda Cuiá pela prefeitura de João Pessoa na véspera da eleição.

A suspeita é de que parte do dinheiro da venda da propriedade, no valor de R$ 10,7 milhões, teria sido destinada para a campanha de Ricardo Coutinho. O juiz Tércio Chaves, que pegou no processo no dia 25 de março, quer saber dos peritos por quais contas trafegaram os recursos advindos da desapropriação, creditados à empresa Arimatéia Imóveis e Construções. Também questiona se no período de 1º de agosto até 31 de outubro de 2010 houve a retirada de valores oriundos da desapropriação pela empresa ou pelo empresário José de Arimatéia Nunes Camboim e em quais datas e os respectivos montantes.

Ele pede ainda esclarecimentos sobre a origem do dinheiro apreendido pela Polícia Federal no comitê financeiro do então candidato Ricardo Coutinho, no valor de R$ 30 mil. Por último, indaga aos peritos se há comprovação nos autos, através das contas de campanha do então candidato a deputado Jacó Maciel, da origem da quantia de R$ 60 mil, apreendida pela PF em Campina Grande.

Ação foi impetrada em 2010 pelo ex- governador José Maranhão e pede a cassação do governador Ricardo Coutinho.