CULTURA
A nova fornada do cinema paraibano
Ficção, documentário, curta, longa e até séries de TV. As produções cinematográficas da Paraíba estão crescendo para todos os lados.
Publicado em 15/10/2013 às 6:00 | Atualizado em 17/04/2023 às 17:52
Ficção, documentário, curta, longa e até séries de TV. As produções cinematográficas da Paraíba estão crescendo para todos os lados.
O estado tem tido destaque no Brasil e no mundo. O filme do realizador campinense Ramon Porto Mota e Jhésus Lula, O Desejo do Morto (2013), história ficcional que tem como tema central a morte, foi exibido nesse último fim de semana no 6ª Janela Internacional de Cinema do Recife e também será mostrado em Belo Horizonte, na 7ª Mostra CineBH Brasil Cinemundi, na próxima quinta-feira.
Ramon Porto e Jhésus Lula também são finalistas no ‘Concurso Netlabtv’, projeto da Net e Casa Redonda Cultural, que identifica e premia novas ideias de series brasileiras em categorias de ficção e não-ficção.
O projeto selecionado para a final, Voragem, tem como cenário a Paraíba. Nele, um policial é enviado ao Sertão paraibano para resolver um caso atípico de desaparecimento. Acredita-se que quem sumiu, o sobrinho do governador do Estado, foi levado pelo diabo. “É um seriado de terror sobre política”, explica Ramon.
Outra produção paraibana, também em destaque, é o curta Oneiros, dirigido por Eunice Boreal. O trabalho é um filme experimental mais voltado para o campo da videoarte.
“É um curta. E o filme dialoga com as fronteiras entre o sonho e a realidade e entre as fronteiras da linguagens. Performance, videoarte, música, cinema e poesia unem-se para um experimento criativo. A trilha sonora é composta pelo Marcílio Onofre”, explica a realizadora. Inclusive, a composição desse filme, ‘Eatenus’, venceu a 6ª edição do concurso internacional ‘SCCM New Composition Competition’, na China.
Para o realizador Gian Orsini, as produções paraibanas estão se tornando mais ousadas e diversificadas. “O cinema paraibano sempre foi uma força no campo documental. De uns tempos pra cá, os realizadores estão se aventurando na ficção e os resultados são cada vez mais expressivos e promissores. É visível o número crescente de realizadores, festivais, mostras. O melhor disso tudo é que ocorre de forma descentralizada. O cinema paraibano não se resume a João Pessoa e Campina Grande, vai do Sertão ao Litoral”, opina.
Gian está trabalhando atualmente em um documentário sobre detetives. O filme foi aprovado no Prêmio Linduarte Noronha de Curta-Metragem, prêmio estadual de curtas, e no Edital Walfredo Rodrigues de Longa e Curta-Metragem, de João Pessoa.
De acordo com o realizador, a produção pretende documentar o trabalho do detetive com o intento de desmistificar impressões.
“Digamos que o ponto de partida do filme, talvez, tenha sido a curiosidade. A visão que nós temos dos detetives é sempre proveniente da televisão, do cinema e da literatura. Queria saber como a figura do detetive trabalhava no real. Descobri que as coisas acontecem de uma maneira totalmente diferente do que eu imaginava”, explica.
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